Sexta-feira, 29 de março de 2024
Por Redação O Sul | 26 de janeiro de 2022
O presidente russo, Vladimir Putin, está disposto a um cessar-fogo.
Foto: ReproduçãoAs discussões entre Rússia e Ucrânia em Paris, na França, “não foram fáceis” e vão continuar em uma nova rodada dentro de duas semanas em Berlim, na Alemanha, anunciou nesta quarta-feira (26) o enviado do Kremlin, Dmitri Kozak. Segundo o representante russo, o principal resultado da reunião, da qual participaram também Alemanha e França, foi a concordância em que, “apesar de todas as diferenças de interpretação”, “todas as partes devem manter o cessar-fogo” no Leste da Ucrânia. Os participantes “discutiram a importância do grupo de contato trilateral para intensificar as atividades em vista do rápido progresso na implementação do acordo de Minsk”.
Cessar-fogo
Porém, muitas questões relativas a um acordo de paz para o conflito no leste europeu permaneceram sem solução após oito horas de negociações, disse Kozak. Ainda assim, ele espera que as posições possam ser alteradas e disse que outra reunião dos quatro países será realizada em duas semanas, em Berlim.
A Rússia insiste que não pretende invadir, mas o Ocidente ameaçou com severas penalidades econômicas se isso acontecer.
As conversas para acabar com a guerra no Leste da Ucrânia entre Kiev e os separatistas apoiados pela Rússia se encontram há anos sem progresso real, mas a reunião desta quarta-feira pode ser vista como um sinal positivo de diplomacia.
Um funcionário do governo francês disse que era um bom sinal e um passo para desarmar as tensões. Segundo a autoridade, essa foi a primeira vez em mais de dois anos que o formato da Normandia concordou em algo e enfatizou que o acordo de um cessar-fogo incondicional é crucial no contexto atual.
“Esta reunião foi um teste. Acho que hoje vimos que os russos estão dispostos a diminuir a escalada sobre esse assunto, o que veremos se isso se confirmar em duas semanas”, disse o funcionário francês.
Otan
Os Estados Unidos se negaram, nesta quarta-feira, a excluir a possibilidade de uma adesão da Ucrânia à Otan, como era solicitado pela Rússia, mas ofereceram uma “via diplomática” para resolver a crise. A carta entregue à Rússia oferece “um canal diplomático sério, se a Rússia o desejar”, declarou o chefe da diplomacia americana, Antony Blinken.
“Deixamos claro que há princípios básicos que estamos determinados a manter e defender, inclusive a soberania e a integridade territorial da Ucrânia, e o direito dos Estados a escolherem suas próprias disposições de segurança e alianças”, afirmou o secretário de Estado norte-americano à imprensa. Blinken destacou que a resposta dos Estados Unidos não será tornada pública, mas divulgou alguns pontos.