Domingo, 09 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 14 de setembro de 2025
O Ministério da Defesa da Rússia tornou público nesse domingo (14) um vídeo registrando o lançamento de um míssil hipersônico durante exercícios militares realizados em cooperação com Belarus, em uma operação conduzida nas águas do mar de Barents. As imagens mostraram parte do procedimento de disparo, integrando um conjunto mais amplo de treinamentos organizados pelas Forças Armadas de ambos os países.
Em nota conjunta, as autoridades russas e bielorrussas ressaltaram que as atividades se destinam unicamente a fins de caráter defensivo, deixando claro que não existe intenção de lançar ataques contra nenhum dos Estados-membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN). O objetivo, segundo os governos, é apenas reforçar a prontidão militar e a capacidade de resposta conjunta em caso de eventuais ameaças externas.
O armamento apresentado trata-se do míssil hipersônico Tsirkon, que possui como principal característica a capacidade de atingir velocidades nove vezes superiores à do som. Seu alcance operacional varia entre 400 e 1.000 quilômetros, dependendo das condições de lançamento e da trajetória escolhida. Outro ponto de destaque é a possibilidade de transportar ogivas de até 400 quilos, o que amplia significativamente o espectro de uso em operações militares, seja em cenários estratégicos ou de resposta rápida.
Alerta
Na sexta-feira (12), o secretário-geral da OTAN, Mark Rutte, chamou atenção para os riscos associados à introdução desse tipo de armamento. Segundo ele, a nova geração de mísseis desenvolvidos pela Rússia é capaz de atingir centros urbanos localizados no extremo ocidental da Europa, como Londres, em questão de minutos após deixarem o espaço aéreo russo, criando um cenário de maior vulnerabilidade para as capitais europeias.
Rutte fez essa advertência durante a apresentação de um plano de emergência da OTAN, elaborado para reforçar as regiões de fronteira no continente diante das recentes movimentações militares de Moscou. A decisão veio logo após relatos de que drones de fabricação russa teriam cruzado, ainda no início da semana, o espaço aéreo da Polônia, o que provocou apreensão entre os aliados europeus.
Em resposta ao incidente, a aliança atlântica decidiu mobilizar, em caráter imediato, novos contingentes militares, incluindo soldados, veículos blindados e caças de combate, distribuídos ao longo de áreas fronteiriças próximas à Rússia. O envio adicional de forças visa intensificar a capacidade de dissuasão e demonstrar unidade frente às ações de Moscou.
No ano anterior, durante um teste envolvendo o lançamento do míssil Orenshik contra território ucraniano, o presidente Vladimir Putin destacou que esse tipo de armamento possui recursos tecnológicos capazes de contornar sistemas de defesa antimíssil, tornando-os menos eficazes diante de avanços de última geração.