Por Redação O Sul | 21 de maio de 2025
Além da Rússia, Belarus, Armênia e Quirguistão também anunciaram a regionalização da suspensão.
Foto: Banco de imagemA Rússia reverteu parcialmente a suspensão imposta às importações de frangos do Brasil e voltou a autorizar a compra de granjas localizadas fora do Rio Grande do Sul.
A informação foi confirmada na tarde desta quarta-feira (21) pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). A decisão foi oficializada após reuniões técnicas entre as autoridades sanitárias dos dois países.
Além da Rússia, Belarus, Armênia e Quirguistão também anunciaram a regionalização da suspensão. Esses foram os primeiros países a reverterem os bloqueios desde o início dos embargos, motivados pela confirmação de um caso de gripe aviária em uma granja comercial no município de Montenegro (RS).
A decisão foi recebida com otimismo pelo governo brasileiro. Segundo técnicos do Mapa, a rápida adoção da regionalização por parte desses países, aliada à contenção eficiente do foco da doença, fortalece os argumentos do Brasil nas negociações com outros mercados que ainda mantêm restrições.
Também nesta quarta-feira, os Emirados Árabes Unidos anunciaram a adoção de uma restrição regionalizada, suspendendo apenas as importações de carne de frango provenientes do município de Montenegro.
A avaliação dentro do governo é de que, apesar da confirmação da presença do vírus em uma criação comercial, o Mapa já estava preparado para a situação. O vírus da gripe aviária não é novidade: já havia sido detectado em outras regiões do mundo, como Ásia, África e norte da Europa. No próprio Brasil, ele já havia sido identificado em aves silvestres e de subsistência. Na Europa, apenas em 2025, mais de 200 casos foram registrados.
A percepção da Agricultura era de que seria apenas uma questão de tempo até que a gripe aviária chegasse também a uma criação comercial brasileira. O ministério já vinha elaborando medidas de precaução. Desde 2023, o governo dá uma atenção especial para o assunto.
Foram assinados acordos de regionalização com países como Japão, Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita e Filipinas — mercados importantes para a balança comercial do setor. O acordo com o Japão, por exemplo, foi assinado em março.
Importação de aves suspensa
O Serviço Federal de Vigilância Veterinária e Fitossanitária da Rússia (Rosselkhoznadzor) anunciou nesta quarta-feira (21) que o país decidiu suspender temporariamente as compras de carne de frango, aves vivas e demais produtos avícolas de todo o Rio Grande do Sul por conta do foco de gripe aviária no Estado. Paralelamente, os russos vão aplicar controle mais rigoroso às cargas oriundas de outros lugares do Brasil por, pelo menos, três meses.
A Rússia é o 25º principal destino das carnes de aves brasileiras. Em 2024, foram exportadas para lá 42,9 mil toneladas da proteína
As restrições foram impostas devido ao “agravamento da situação epizoótica em relação à Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP) no Brasil”, disse o órgão sanitário russo.
O embargo entra em vigor a partir desta quarta-feira e vale para aves vivas e ovos férteis; carne de aves, produtos de carne de aves acabados e todos os tipos de produtos avícolas que contenham produtos avícolas processados, com exceção de mercadorias que tenham sido submetidas ao processamento que garante a destruição dos vírus da gripe aviária, de acordo com as disposições do Código Sanitário de Animais Terrestres da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA).
As restrições abrangem ainda rações e aditivos alimentares para aves (exceto rações e aditivos alimentares de origem vegetal, de síntese química e microbiológica) e equipamentos usados na manutenção, abate e corte de aves. O serviço sanitário russo também suspendeu o trânsito das aves vivas provenientes do Rio Grande do Sul pelo território da Rússia.
O órgão russo também alterou o status de todos os frigoríficos brasileiros de aves, inclusive para estabelecimentos exportadores de ovos férteis, para o regime especial. Com isso, a partir agora será obrigatória a coleta de amostras no modo de controle laboratorial reforçado de “cada terceiro lote recebido” dessas empresas por um período de três meses.
