Sexta-feira, 07 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 7 de novembro de 2025
O temor de ir para a Penitenciária da Papuda, no Distrito Federal, tornou-se quase uma certeza para Jair Bolsonaro. Em conversas com aliados que o visitaram nos últimos dias, o ex-presidente passou a tratar essa possibilidade como algo concreto e demonstrou não ver grandes chances de reverter esse cenário, ao menos num primeiro momento.
A dois interlocutores, o ex-presidente se descreveu como “injustiçado” e “perseguido”, e, mais uma vez, atribuiu a culpa ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
Bolsonaro e seus aliados já especulam até uma possível data para que ele seja levado à Papuda: 14 de novembro. Eles acreditam que é um dia simbólico, por ter sido nesta data, em 2014, que foi deflagrada a sétima fase da Operação Lava-Jato, considerada um divisor de águas na operação. Na ocasião, foram detidos o ex-diretor da Petrobras Renato Duque, além de alguns dos principais empreiteiros do país que depois se tornaram delatores.
Nesta semana, o Governo do Distrito Federal (GDF) encaminhou um ofício ao ministro Alexandre de Moraes solicitando a realização de um laudo médico de Bolsonaro, para analisar se ele possui condições clínicas de ser encaminhado a unidades prisionais.
Moraes entendeu que não é o momento de analisar a solicitação. O ex-presidente foi condenado a 27 anos de prisão no julgamento da tentativa de golpe. O ministro vai definir o local da prisão. Entre as possibilidades estão a Papuda e uma sala na Polícia Federal.
Recursos
A Primeira Turma do Supremo negou por unanimidade, nessa sexta-feira (7), os recursos apresentados por Bolsonaro e outras seis pessoas condenadas pela trama golpista.
Moraes votou para negar os embargos de declaração dos sete réus e foi acompanhado por Flávio Dino, Cristiano Zanin e Cármen Lúcia.
O julgamento começou nessa sexta no plenário virtual da Corte e continua até o dia 14. Até lá, mesmo com os votos já proferidos, algum ministro pode mudar seu posicionamento ou pedir vista ou destaque, mas isso não deve acontecer neste caso.
Os embargos de declaração são utilizados para esclarecer dúvidas, omissões ou contradições de um julgamento. Neles, os advogados dos réus questionaram os argumentos usados na condenação e o cálculo das penas, entre outros pontos.
Pelo rito considerado normal por integrantes da Corte, após os embargos de declaração, os réus ainda têm direito a apresentar um segundo recurso do mesmo tipo. Somente então, no caso de rejeição dos pedidos, Bolsonaro poderá começar a cumprir pena. (Com informações da colunista Bela Megale, do jornal O Globo)