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Notícias Saiba como evitar que o Instagram se torne prejudicial à saúde mental

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Felicidade generalizada retratadas nas fotos não representa a vida real. (Foto: Reprodução)

O Instagram pode se tornar prejudicial à saúde mental, fazendo com que a pessoa sinta-se mal com a própria vida e tenha problemas de excesso de autocrítica e baixa autoestima. Saiba como evitar essa situação.

Quem já se sentiu mal com o próprio estilo de vida ao se comparar com amigos no Instagram, não é sem razão. Uma pesquisa da Royal Society for Public Health, instituição de saúde pública do Reino Unido, já mostrou que a rede social é a mais nociva à saúde mental dos jovens. A deterioração da autoimagem, quando a pessoa passa a ser muito crítica com a própria aparência ao se comparar com os outros, é uma das consequências do uso descontrolado do aplicativo. Para especialistas, a clareza de que a alta exposição não é saudável é o primeiro passo para amenizar ou se blindar contra o problema.

“Você deve perceber em que medida está passando da linha vermelha. Não há nada que ajude mais do que a consciência. Com ela, vem a reflexão e as medidas necessárias. Eu tive uma paciente que disse que proibiu a si mesma de usar a rede social a partir das 18h. A disciplina vem com a percepção de que aquele prazer momentâneo nem sempre é útil ou positivo. Então, tratando como um vício que tira a liberdade e interfere na sua vida prática, você pode criar regras para se proteger”, afirmou Eliane Cotrim Levcovitz, membro da SBPRJ (Sociedade Brasileira de Psicanálise do Rio de Janeiro).

Para a especialista, a distorção na autoestima acontece quando a pessoa passa a depender de curtidas e seguidores para existir. Ela destaca que nada substitui relações de carne e osso. Por isso, indica investir mais em interações pessoais. A psicanalista sustenta que o desequilíbrio acontece também quando o Instagram começa a representar mais do que um instrumento de comunicação e passa a ser um padronizador de comportamento. Ela orienta que cada um valorize mais sua singularidade.

“Você vê aquelas fotos de famílias juntas passeando e uma felicidade generalizada, e esquece que a vida não é assim. Como a pessoa passa a atrelar sua autoestima a esses padrões que são mostrados, suas fragilidades ficam realçadas. Mas não devemos nos sentir na obrigação de ser como ninguém. Não podemos perder a oportunidade de ser do nosso jeito, autêntico. Diversidade é uma coisa terapêutica e enriquecedora”, comentou Eliane Cotrim.

A desilusão com as redes sociais pode levar ao isolamento, à solidão, à ansiedade e, em casos mais extremos, à depressão. A psicanalista Mônica Donetto Guedes, porém, explica que, muitas vezes, o adoecimento é anterior à tecnologia. Para ela, em algumas situações, as redes sociais passam a ser encaradas como um recurso para apaziguar uma dor, ou um modo de não se sentir só, o que leva a uma distração excessiva.

“Nesses casos, eu acredito no poder da comunicação. Uma das soluções é alguém próximo chamar a atenção e orientar. Falar ‘poxa, olha o que está acontecendo, não estamos conseguindo conversar, você já parou pra pensar o quanto isso está sendo prejudicial pra você, já olhou o tempo que perde olhando o celular tentando entender algumas coisas sobre o outro?’. O papel das pessoas conscientes é fazer o outro olhar para o problema também”, afirma Mônica.

A psicanalista diz que tem recebido cada vez mais pacientes por queixa de compulsão digital, situação que tem causado desde problemas de relacionamentos a problemas de aprendizagem em crianças que não querem desgrudar dos aparelhos. Ela conta que as famílias não têm conseguido administrar a questão, e recomenda que o controle comece desde cedo:

“A fase ideal pra ter telefone é quando a pessoa começa a se locomover sozinha e vai de um lugar a outro sem a presença de um adulto. Enquanto essa criança não fica desacompanhada, ela não precisa de telefone. A família precisa ver o que está sendo visto pela criança, saber o que ela segue, quais são os lugares de interesse que ela busca, pra saber onde ela anda se construindo como pessoa.”

Sobre a medida radical de excluir a conta do Instagram para tentar se desintoxicar, Eliane Cotrim acredita que pode ser uma boa medida temporária.

“Se há um descontrole, bloquear você mesmo pode ser uma opção. Abrir mão por um tempo, para refletir, até se sentir mais forte para fazer um uso diferente”, orienta a psicanalista.

Para Mônica Donetto Guedes, não se pode crucificar o Instagram, que é um recurso importante para comunicação e criação de uma rede. Ela diz que o caminho é o autoconhecimento.

“Talvez, excluir sirva como um remédio amargo que vai fazer bem em determinado momento. Mas, se a pessoa não for buscar entender o que está por trás da compulsão, vai adoecer de outra forma, vai buscar outro recurso para estancar um grande problema”, esclarece a especialista.

tags: Saúde

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https://www.osul.com.br/saiba-como-evitar-que-o-instagram-se-torne-prejudicial-a-saude-mental/ Saiba como evitar que o Instagram se torne prejudicial à saúde mental 2018-11-19
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