Sexta-feira, 02 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 8 de dezembro de 2015
Como Nova York (EUA) – a metrópole que atrai gente do mundo todo em busca de liberdade, emprego e dinheiro – é vista por quem de fato vive lá? Quando a cidade se olha no espelho vê ambição, imponência e vaidade. Um local onde os caminhos se encontram. O reflexo encurta o tempo, junta presente e passado. A moça que anda pela rua diz que Nova York se vê como uma cidade competitiva, grande e irresistível.
Na estação de trem mais famosa, frequentada por 750 mil pessoas por dia, a hora de quem chega e de quem parte nunca é uma só. O reflexo cria colagens, pedaços de imagens que vão compondo um quebra-cabeças. Uma combinação esquisita de estilos.
A arquitetura de antes e de agora é a história viva da metrópole de muitas janelas dentro de uma janela única. Um homem diz que esse é o único lugar onde ele pode ser ele mesmo. Se é hora de seguir em frente, o transporte público é o maior orgulho, valorizado por moradores e turistas.
Em câmera lenta, o motorista vê a lente da câmera sumir. Nesse jogo de espelhos, carros invadem outros carros. Os táxis reluzem o colorido de uma frota que enfrenta trânsito pesado, mas todos sabem que andar a pé é um prazer garantido.
Quantas toneladas de vidro, quantas toneladas de espelho formam uma cidade como Nova York? Impossível dizer, mas se eles simbolizam o progresso, a modernidade, também multiplicam a paisagem, e a forma como cada um se vê nela. Outro homem diz que se vê como um profissional liberal que trabalha duro pra pagar as contas.
Uma instalação em forma de folhas recorta o céu e deixa de cabeça para baixo quem passa por uma praça. Dar um tapinha no visual, se reconhecer como cidadão. Não importa se é oriental, branco ou negro. Um grupo de amigos admirando um mundo novo. Pelos vidros e espelhos muitas vidas passam despercebidas.
Na cidade apavorada pelos incêndios, o reflexo cria chamas, fogo inofensivo é só o brilho do sol, que agora se despede cedo, às 16h40min. A tela em alta definição lança olhares indiscretos pelas frestas das vitrines. E, como um quadro vivo na parede, antecipa até a neve.
Esse povo orgulhoso da terra onde vive vê nos espelhos um horizonte estendido. Paredões que dão brilho à luz e que servem de moldura para os silêncios, para os barulhos e para a melodia improvisada no fim da tarde. (Alan Severiano e Sherman Costa/AG)