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Economia Saiba como o dólar mais caro fez os juros na Argentina subirem 40% e qual o risco para o Brasil

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O dólar fechou com leve baixa de 0,07% a 3,7367 reais na venda. (Foto: Reprodução)

O Banco Central da Argentina elevou a taxa de juros três vezes em uma semana para tentar conter os estragos causados pela forte desvalorização do peso argentino.

Foram 12,75 pontos percentuais de alta, elevando a taxa de 27,25% a 40% ao ano nesta sexta-feira (4). Para efeito de comparação, a taxa básica de juros no Brasil, a Selic, está em 6,5% ao ano.

O peso está entre as moedas que mais se desvalorizaram em relação ao dólar neste ano. Até o fim de abril, a moeda argentina havia perdido 10% de seu valor ante a moeda americana. O real também se desvalorizou nesse período, 7,8%, assim como as moedas da maioria dos países emergentes – Rússia e Turquia, por exemplo.

A pressão cambial é uma combinação especialmente de dois fatores: o aumento dos juros nos Estados Unidos e os desequilíbrios macroeconômicos de cada país.

Assim como a Argentina, o Brasil está vulnerável aos efeitos da alta dos juros americanos sobre o câmbio – tanto que o real também passa por um processo de desvalorização. A situação da economia brasileira, entretanto, é bem diferente da do vizinho.

A inflação brasileira está controlada, o país tem um volume expressivo de reservas internacionais e déficit pequeno em transações correntes (que contabiliza as trocas com o exterior) – cenário que nos deixa menos vulneráveis à mudança no cenário externo que tem aumentado a volatilidade nos emergentes. “Nesse sentido, os dois países estão em campos opostos”, diz Maurício Molan, economista-chefe do Santander.

Juros e emergentes

As oscilações da política monetária americana têm impacto direto sobre as economias menos maduras.

Como os títulos públicos americanos são considerados ativos muito seguros, sempre que os juros sobem – fazendo com que a remuneração desses títulos seja mais alta –, há um estímulo para que o capital saia de mercados mais arriscados, como os emergentes, em direção aos Estados Unidos.

Esse movimento gera uma saída de dólares de países como Argentina e Brasil – fazendo, por sua vez, com que a moeda americana fique mais cara.

Desde a crise financeira de 2008, Estados Unidos e União Europeia vinham mantendo as taxas básicas de juros baixas para tentar estimular a recuperação de suas economias, o aumento de consumo e de investimentos. “Os juros americanos ficaram próximos de zero por quase uma década, uma situação que não tem paralelo na história”, ressalta Molan, do Santander.

Os emergentes se beneficiaram desse cenário, que trouxe investimento estrangeiro para o mercado financeiro e para o setor produtivo. O ciclo, contudo, mostra sinais de esgotamento.

Em dezembro de 2015, o Federal Reserve (Fed, o Banco Central americano) elevou os juros para um intervalo entre 0,25% a 0,5%, a primeira elevação em quase dez anos. Em junho do ano passado, a taxa passou pela primeira vez de 1%, ficando na faixa entre 1% e 1,25%

No último dia 21 de março, o Comitê de Política Monetária anunciou a mais recente alta, para o intervalo 1,5% a 1,75%. O Santander projeta outras três até o fim deste ano, que levariam a taxa a 2,5% em dezembro.

Por quê?

Quando o dólar fica mais caro, os preços de produtos importados também aumentam. Isso tende a gerar uma alta generalizada de preços, já que os importados também são usados como matéria-prima pela indústria nacional

Os economistas têm inclusive um nome para esse impacto: o “pass-through”, o cálculo da transmissão da desvalorização cambial para os índices de preços.

Quando a autoridade monetária aumenta as taxas de juros – e eleva, por consequência, o custo do dinheiro –, desestimula o consumo e tenta suavizar a tendência de aumento da inflação

A elevação dos juros na Argentina é uma tentativa do governo de conter a forte desvalorização do peso observado nas últimas semanas e evitar que a inflação no país cresça ainda mais.

 

tags: Brasil

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https://www.osul.com.br/saiba-como-o-dolar-mais-caro-fez-os-juros-na-argentina-subirem-40-e-qual-o-risco-para-o-brasil/ Saiba como o dólar mais caro fez os juros na Argentina subirem 40% e qual o risco para o Brasil 2018-05-04
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