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Brasil Saiba como o ex-presidente da Nissan conseguiu esconder os 70 milhões de dólares que recebeu

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Carlos Ghosn era CEO da gigante Nissan. (Foto: Reprodução)

Como um dos funcionários com mais visibilidade do mundo conseguiu esconder US$ 70 milhões em salários e benefícios que recebeu de uma das maiores empresas do mundo, sem que a empresa soubesse disso? Duas semanas após Carlos Ghosn ter sido preso pelos promotores de Tóquio por supostamente ter declarado uma remuneração inferior à que recebia, essa pergunta continua sem resposta.

O que é certo é que as próprias regras de governança corporativa da Nissan Motor deram poderes incomuns ao seu ex-presidente, uma celebridade empresarial que recebia deferências extraordinárias por ter resgatado a montadora da ruína financeira.

Essas faculdades incluíam um poder de decisão quase total sobre quanto – e como – ele recebia, de acordo com as próprias regras internas da Nissan.

Várias pessoas a par do trabalho dos promotores dizem agora que a investigação parece depender de um ponto relativamente obscuro da contabilidade – se os pagamentos de aposentadoria foram registrados corretamente.
Independentemente de se Ghosn infringiu ou não a lei de valores mobiliários do Japão informando números inexatos ao conselho da Nissan e a seus contadores (sobre isso, as acusações não foram comprovadas), o especialista em governança corporativa Jamie Allen diz que a grande pergunta é como alguém pode ter conseguido fazer algo assim.

“Tudo se remonta à falta de controles internos”, disse Allen, diretor da Asian Corporate Governance Association, com sede em Hong Kong. “Se o conselho realmente não sabia que a informação de sua remuneração era inexata, isso não fala muito bem da governança. E se eles sabiam, deveriam assumir a responsabilidade coletiva pelo erro.”

Brigas

As brigas sobre remunerações foram uma constante para Ghosn quase desde o momento em que ele assumiu o cargo de diretor operacional da montadora japonesa, então em crise, em 1999. Desde o começo ele foi criticado por recompensar os gerentes seniores da Nissan pelo desempenho e não pela antiguidade.

Mais tarde, em 2010, quando as novas regras do Japão sobre a divulgação de renumeração dos executivos revelaram que Ghosn era o chefe mais bem pago do país, ele voltou a receber críticas. Os US$ 10 milhões que, segundo o que foi informado, ele ganhou naquele ano podem estar dentro dos padrões ocidentais, mas causaram irritação no Japão, onde o audacioso executivo franco-brasileiro embolsou seis vezes o que o presidente da Toyota Motor ganhou.

Parece agora que até esses números foram subestimados. O salário de Ghosn havia sido muito maior antes que a divulgação pública fosse exigida; para minimizar as críticas, foi elaborado um plano para diferir cerca de metade de seu salário anual até depois da aposentadoria, o que manteve os números fora dos livros, segundo pessoas a par da investigação.

Ghosn negou que tenham sido infringidas regras sobre compensação diferida, disseram pessoas com conhecimento direto do caso. Sua defesa é que o montante desse pagamento não era seguro e que, portanto, era apropriado omiti-lo dos registros de valores mobiliários, disseram. Ghosn não teve a oportunidade de responder publicamente porque está preso e a lei japonesa permite manter as pessoas presas por semanas sem acusações.

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