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Por Redação O Sul | 19 de maio de 2016
Quando a aterrissagem de um avião de carga atrai 20 mil pessoas, é algo especial. Foi o que ocorreu na cidade australiana de Perth, no momento em que o Antonov An-225 Mriya pousou.
Trata-se do maior avião do mundo: mede 84 metros de comprimento, tem 88 metros de envergadura (distância entre a ponta das asas) e pesa 175 toneladas sem carga e combustível. É o único exemplar em atividade.
O interesse pela chegada do avião provocou engarrafamentos em Perth.
Mercado limitado.
Na viagem para a Austrália, o Antonov, que partiu de Praga, na República Tcheca, e fez escalas no Oriente Médio e na Ásia, transportou um gerador de 117 toneladas. Seu compartimento de carga tem capacidade para 50 automóveis.
O Antonov foi originalmente construído para transportar o Buran, o malfadado ônibus espacial soviético que fez apenas um voo (não-tripulado), em 1988. O que ajuda a explicar também as proporções de seu compartimento de carga: 43 metros de comprimento, 6,4 metros de largura e 4,4 metros de altura.
“Você não verá essa aeronave com frequência porque o mercado para ela é limitado”, diz Laurie Price, especialista da empresa de consultoria aeronáutica Mott MacDonald Aviation. “A vasta maioria dos tipos de carga aérea (99,5%) pode ser transportada por Boeings 747, mas ainda haverá um mercado de nicho [para o Antonov]”.
Com seis turbinas, o An-225 pode carregar até 250 toneladas, uma capacidade de carga muito maior que a de concorrentes como o Boeing 747-800 (140 toneladas) e o Airbus 330 (65).
Mas em uma era marcada pelo aumento na capacidade de navios de carga, não seria mais simples enviar produtos como o supergerador de 117 toneladas pelo mar? “O custo seria imenso e a operação poderia demorar meses”, explica Price.
“Você, provavelmente, teria que remover postes de luz das ruas no porto [para fazer o transporte]”.
Histórico.
O Antonov fez seu primeiro voo em 1988 e começou a operar no ano seguinte. Os planos de construir mais unidades foram cancelados pelo fim da União Soviética e o colapso do programa Buran.
A aeronave foi aposentada em 1994, contudo, voltou a ser usada sete anos mais tarde. Não tem sido aproveitada apenas para fins comerciais e já foi comissionada para operações humanitárias, como o terremoto no Haiti, em 2010, e o tsunami em Fukuoka, no Japão, em 2011.