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Por Redação O Sul | 18 de setembro de 2022
A morte de Elizabeth 2ª encerra uma era. Em seu reinado de 70 anos, ela testemunhou uma tremenda mudança social. De muitas maneiras, o Reino Unido de hoje tem pouca semelhança com aquele país do pós-guerra. Passou de uma sociedade conservadora e tradicional a um país diverso.
Mas a monarquia, no entanto, um sistema baseado na herança de poder e privilégio, continua mantendo uma popularidade constante: 62% dos britânicos o apoiam como sistema político, de acordo com uma pesquisa do YouGov de junho.
O próprio Charles 3º, que até agora não era um dos membros da família real preferidos pelos britânicos, sentiu o efeito da coroa: sua popularidade dobrou desde que se tornou rei.
Isso se reflete claramente na fila quilométrica de cidadãos que se formou para dar seu último adeus à rainha.
Em uma nação que não tem feriado nacional, os compromissos reais como os jubileus ou os aniversários do monarca assumiram esse espaço de exaltação da identidade britânica, da sua idiossincrasia, daquilo que os diferencia do restante do mundo, apontam especialistas.
A associação entre a monarquia e os britânicos atinge seu auge com a morte de Elizabeth 2ª, quando uma nação enlutada celebra a vida de sua rainha e, ao mesmo tempo, sua própria história.
“Os britânicos valorizam o fato de ter um chefe de Estado diferente e separado da política cotidiana”, diz o constitucionalista Craig Prescott, professor da Universidade de Bangor, no País de Gales.
Enquanto a Câmara dos Comuns pode se tornar um lugar brutal, e o confronto e a tensão política acabam gerando desconforto entre os cidadãos, a monarquia, argumenta o especialista, é geralmente apresentada como uma figura unificadora, representando todos os britânicos.