Terça-feira, 20 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 4 de julho de 2015
Quando as crianças pequenas estão se concentrando em alguma tarefa complicada, você já deve ter notado que eles tendem a manter suas línguas para fora. Mas por quê? Um novo estudo publicado na revista Cognition oferece uma teoria. “Este não é apenas um capricho bonito de infância”, escreveu Christian Jarrett, que é PHD em Cognição e Neurociência. “Esse comportamento se encaixa na teoria de que a língua falada evoluiu a partir dos gestos.”
E por essa razão uma equipe de pesquisadores do Reino Unido e da Suécia observou e filmou 14 crianças suecas, todas com 4 anos de idade, completando uma série de tarefas que exigem concentração. Uma era mecânica, como brincar com um cadeado; a outra era um jogo de ação e reação, em que as crianças tinham que dar um tapa na mesa assim que alguém batesse na madeira; e a terceira era ouvir histórias.
Surpresa
Durante cada desafio, as crianças estenderam a língua de vez em quando estavam “pensando”. A surpresa, porém, foi que, ao invés de usarem mais o gesto na tarefa mais difícil, do cadeado, elas acabaram pondo a língua entre os dentes com mais frequência quando brincavam de bater na mesa.
Segundo os pesquisadores, a atividade estimula mais a parte do cérebro relacionada à comunicação, já que elas estavam reagindo a um gesto externo e expressando a sua reação por meio do tapa na mesa. Isso pode indicar que o gesto está relacionado ao desenvolvimento da linguagem humana. Acredita-se que, antes dos seres humanos falarem, eles usavam as mãos. Houve uma transição de gestos bucais até que as palavras conseguissem ser articuladas, que se pode apontar como “os componentes fundamentais de um sistema de comunicação ou os rudimentos de linguagem”, segundo os especialistas. O que é, inegavelmente, uma visão adorável sobre a evolução da comunicação falada.