Quarta-feira, 22 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 21 de outubro de 2025
Os ministros da Casa Civil, Rui Costa, e da Secretaria de Comunicação Social, Sidônio Palmeira, confirmaram que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva preferiu adiar o anúncio do nome de Jorge Messias como ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) para sua volta da viagem à Ásia.
Lula embarcou na manhã dessa terça-feira (21) para visitas oficiais na Indonésia. Em seguida, parte rumo à Malásia, onde vai participar da reunião da cúpula da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN). Há expectativa de um encontro com Trump durante a viagem.
Inicialmente, o anúncio de Messias como substituto de Barroso estava previsto para essa terça.
Lula, no entanto, se reuniu com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), por volta das 20h de segunda (20), conforme apurou a TV Globo. O encontro teria durado até tarde, de acordo com senadores que foram informados da reunião.
Depois da reunião, Lula decidiu conversar com mais senadores e candidatos à vaga antes de formalizar o nome de Messias. Por isso, o adiamento do anúncio.
Alcolumbre confirmou a reunião com Lula no Palácio da Alvorada, mas disse que não iria comentar um encontro reservado apenas entre os dois.
Interlocutores de Alcolumbre disseram, porém, que o presidente do Senado reiterou o apoio a Rodrigo Pacheco como um nome da Casa, que teria aprovação rápida e fácil.
Alcolumbre disse, no entanto, reconhecer que essa é uma prerrogativa do presidente da República, mas que ele precisava negociar melhor a indicação de Messias para garantir a aprovação.
Bastidores
Segundo interlocutores de Lula, o presidente do Senado aconselhou que, antes de formalizar a indicação, ele deveria conversar com os outros dois candidatos, Rodrigo Pacheco e Bruno Dantas, para explicar os motivos de sua escolha.
Além disso, ter mais conversas no Senado para garantir uma aprovação rápida e com boa folga na votação do nome do advogado-geral da União.
Alcolumbre estava contrariado com Lula por não ter sido chamado antes para conversar sobre a indicação para o STF. Ele ficou no fim de semana aguardando um convite do petista, que acabou não vindo.
O convite só foi feito na própria segunda, para uma conversa na mesma data à noite. Segundo interlocutores de Alcolumbre, ele estava se sentindo desprestigiado por ser informado de última hora para um anúncio que seria feito na manhã do dia seguinte.
Alcolumbre
O líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), afirmou nessa terça (21) que Davi Alcolumbre defendeu a Lula a indicação do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) para a vaga de Luís Roberto Barroso no STF.
Jaques esteve com o petista na manhã dessa terça, pouco antes de o presidente da República embarcar para a Ásia. No encontro, segundo o líder, Lula detalhou como havia sido a reunião com Alcolumbre na noite de segunda.
O parlamentar relatou que, na agenda entre os presidentes, Alcolumbre voltou a defender o nome de Pacheco. Para Jaques Wagner, no entanto, Lula tem “convicção firmada” em torno da escolha de Jorge Messias para a cadeira.
“Eu que agendei a conversa (entre Lula e Alcolumbre). Era o que eu esperava: ele (Alcolumbre) foi defender o nome do Pacheco. Se o presidente (Lula) disse se já escolheu ou não escolheu (o indicado), eu não sei. Não gosto de me precipitar. Acho que ele (Lula) está com a convicção firmada”, disse.
Antes de Lula formalizar a indicação ao Supremo, o líder do governo no Senado afirmou que o petista deve se reunir com Rodrigo Pacheco. Na última semana, Pacheco disse que havia conversado com o presidente da República antes de Barroso anunciar que deixaria o STF.
De acordo com Jaques Wagner, apesar das movimentações de Alcolumbre, o presidente Lula “continua convencido” de que Rodrigo Pacheco deve ser candidato a governador de Minas Gerais em 2026. O petista já defendeu a candidatura publicamente.
“É pública a torcida dele (Alcolumbre) pelo Rodrigo (Pacheco). Acho absolutamente normal. O presidente continua convencido de que o melhor nome para disputar o governo de Minas é o Rodrigo”, declarou. (Com informações do colunista Valdo Cruz, do portal g1)