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Variedades Saiba porque o “Baby Shark” é um fenômeno na internet

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Canção infantil com influência k-pop é o vídeo mais visto do YouTube. São mais de sete bilhões de visualizações. (Foto: Reprodução)

Não tem para Justin Bieber, Luis Fonsi nem Lady Gaga. Desde o início de novembro, o posto de vídeo mais visto do YouTube é de uma cantiga tradicional que ganhou versão chiclete com clipe ultracolorido, cantado por uma menina de dez anos. “Baby Shark” já ultrapassou os sete bilhões de visualizações, e as cores vibrantes e letra repetitiva que levam alguns pais ao desespero estão entre o motivos que explicam seu sucesso.

Toda essa atenção já se traduziu em muito dinheiro para a PinkFong, empresa sul-coreana que idealizou a versão moderna da canção. Segundo a “Bloomberg”, o hit viral já rendeu US$ 125 milhões, ou mais de R$ 600 milhões. E não são só as crianças que se encantam com os pequenos tubarões.

“‘Baby Shark’ já aparecia em algumas rimas, algumas crianças conheciam a canção em outros ritmos, com uma outra pegada. Mas se transformou em fenômeno global através dos pais, e não das crianças”, afirma a consultora de inovação em educação Giselle Santos. “Afinal de contas, as crianças só tiveram acesso a esses vídeos via um adulto, então pode dizer que ele também é um fenômeno de viralização adulta.”

Coreografia e refrão viciante

Outro motivo para o sucesso do hit é a coreografia, que logo virou desafio na internet e febre entre usuários do TikTok. É comum encontrar publicações de jovens e adultos dançando ao som de uma versão remixada de ‘Baby Shark’ com a hashtag #BabySharkChallenge.

A  psicóloga Luciana Nunes explica que o refrão repetitivo, ‘baby shark, do-do-do’, traz uma sensação de segurança para as crianças e cria um estado de previsibilidade.

“A repetição é quimicamente bem aceita entre nós, seres humanos. É assim que as batidas de funk, rock e outros clássicos, que apostam nessa dinâmica, se tornam grandes hits.”

O produtor musical Tim Rescala concorda, e aposta que essa sensação também funciona em adultos.

“A música tem apenas cinco notas que se repetem. Na verdade, é uma melodia muito simples repetida incessantemente. Pra mim não é uma melodia infantil. Poderia estar em um contexto de dance music, no universo da música pop. A gente poderia escutar em uma boate.”

Algoritmos, algoritmos, do-do-do

Não só o vídeo original de “Baby Shark” que faz sucesso. A música já ganhou versões em francês, espanhol, japonês e português. E também foi cantada por ídolos internacionais, como Luís Fonsi, ex-número 1 do YouTube, com “Despacito”. Os vídeos com as reações de crianças hipnotizadas pela música também são populares e tudo isso vai alimentando o algoritmo.

“Esse vídeo tem sete bilhões de visualizações muito pelo sistema de divulgação do YouTube, com sua inteligência artificial que sugere os vídeos que compõem o perfil do usuário.É como a televisão dessa geração, potencializada pelas ferramentas digitais e de participação online. As crianças não só gostam de curtir o vídeo, é quase como um dever curtir”, reforça a psicóloga Luciana Nunes.

Cores, formas e desenhos

Se você ainda não assistiu ao vídeo, segue uma breve descrição: são duas crianças fantasiadas de tubarão e interagindo com personagens animados e coloridos.

“O vídeo traz elementos repetitivos com um visual descolado para as crianças, o que já “gruda”. Há um cuidado visual que é um atrativo para elas, com muitas cores. Tem um menino e uma menina, eles se vêem nessas crianças”, afirma a educadora e consultora em tecnologias educacionais Carla Arena.

Esse estilo é comum em conteúdos infantis, como “Galinha pintadinha” e até programas mais antigos como “Vila Sésamo” e “Sítio do Pica-Pau Amarelo”.

“O ‘Baby Shark’ tem alguns elementos que chamam a atenção nessa faixa etária: de repetição, desenvolvimento linguístico e verbal, aprender com o auxílio dos outros. Mas, ao mesmo tempo, há uma liberdade para participar sozinho ou sozinha”, reforça Giselle Santos. “Por ter uma linguagem simples, mas eficiente, o vídeo conquista a atenção das crianças. Elas conseguem reconhecer a família de tubarões mesmo que algumas ainda não saibam ler, não sejam fluentes em inglês ou não conheçam o nome de uma forma geométrica.”

A PinkFong aproveitou para lançar uma nova versão da música durante a pandemia da Covid-19 acompanhada de um clipe onde duas crianças executam uma coreografia que encena o ato de lavar, esfregar, enxaguar, secar as mãos e, claro, tossir no cotovelo para que todos fiquem “sãos e salvos”. Realmente, um hit necessário para todas as faixas etárias.

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https://www.osul.com.br/saiba-porque-o-baby-shark-e-um-fenomeno-na-internet/ Saiba porque o “Baby Shark” é um fenômeno na internet 2020-11-17
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