Quinta-feira, 20 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 20 de novembro de 2025
Advogado-geral da União (foto) é o terceiro escolhido pelo presidente neste mandato
Foto: Antônio Cruz/Agência BrasilO presidente Luiz Inácio Lula da Silva indicou nesta quinta-feira (20) o advocacia-geral da União, Jorge Messias, ao STF (Supremo Tribunal Federal). Se aprovado pelo Senado, Messias ocupará a vaga aberta com a aposentadoria antecipada do ministro Luís Roberto Barroso.
Quem é Jorge Messias?
De pupilo da ex-presidente Dilma Rousseff a ministro de Lula alçado para uma cadeira na cúpula do Judiciário, Messias percorreu uma trajetória política alinhada ao PT e ao governo. Na descrição de pessoas próximas, foi a lealdade ao partido mesmo nos momentos mais difíceis e a conduta sem tropeços junto a Lula que o cacifaram para a vaga de Luís Roberto Barroso.
Ao assumir o comando da defesa do governo federal na Corte e coordenar as estratégias jurídicas da gestão petista, Messias deu um caráter mais político à AGU e passou a integrar o grupo de ministros que ajudou a costurar soluções para os principais conflitos do governo. Enquanto advogado-geral, Messias se tornou o principal interlocutor de Lula no Supremo, com trânsito entre os 11 ministros.
No final de 2023, foi um dos responsáveis por aproximar Lula e Barroso, quando o magistrado assumiu o comando da Corte. Na época, Messias e o ministro Cristiano Zanin trabalharam para que Lula e Barroso deixassem para trás as rusgas do passado. À frente da AGU, Messias também se aproximou dos ministros Nunes Marques e André Mendonça, dois indicados pelo ex-presidente Jair Bolsonaro.
Messias chegou ao círculo mais próximo de Lula pelas mãos da ex-presidente Dilma Rousseff, do presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, e do líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA). É considerado por caciques petistas um quadro fiel ao partido e que não abandonou a legenda nem mesmo nos momentos mais difíceis.
Servidor público de carreira, Messias foi procurador do Banco Central e procurador da Fazenda Nacional. Ao se envolver no movimento sindical das carreiras da AGU, atuou no Ministério da Educação, na gestão de Mercadante, onde foi secretário de Regulação. Foi nesse período que passou a se aproximar de dirigentes do PT.
No governo Dilma, foi subchefe de Assuntos Jurídicos e trabalhava com a ex-presidente em um dos momentos mais delicados do PT no Palácio do Planalto. Na época, teve seu nome nacionalmente exposto por uma interceptação telefônica divulgada na Lava Jato, em uma conversa entre Lula e Dilma, em março de 2016.
Na ocasião, Dilma avisou a Lula que enviaria, por meio de “Bessias”, um termo de posse para que ele assinasse e, assim, se tornasse ministro da Casa Civil. A interceptação foi captada depois que o então juiz Sergio Moro havia mandado as operadoras de telefonia interromperem as gravações, o que levou à sua divulgação ser considerada ilegal pelo STF (Supremo Tribunal Federal).
Messias e Dilma nunca se afastaram. A ex-presidente esteve na cerimônia de posse de Messias como ministro da AGU, em 2023, e em um jantar reservado à família e amigos próximos. Em 2019, Messias trabalhou no gabinete do senador Jaques Wagner (PT-BA). Com a vitória de Lula em 2022, obteve papel de destaque já na transição, quando coordenou o grupo dedicado a temas relacionados à Transparência, Integridade e Controle.
Dentro do governo, construiu uma relação próxima com a ministra da Gestão, Esther Dweck, e com o ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira. Também tem entre seus principais aliados os ministros da Casa Civil, Rui Costa, da Fazenda, Fernando Haddad, e a ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann. (Com informações de O Globo)