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Mundo Saiba quem ganhou e quem perdeu com a crise entre o Irã e os Estados Unidos

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As hostilidades entre o Irã e os Estados Unidos têm grandes consequências para muitos outros países do Oriente Médio. (Foto: Reprodução)

O assassinato do general Qasem Soleimani e o ataque de mísseis do Irã a bases americanas no Iraque em retaliação aumentaram o medo de um conflito com implicações de longo alcance.

O cenário de perdedores ou vencedores dessa crise pode mudar rapidamente, dependendo do que os Estados Unidos e o Irã fizerem nos próximos dias.

Então, quem está ganhando ou perdendo?

A pesquisadora Sanam Vakil, da organização Chatham House, de análise política internacional, escreveu para a BBC News sobre as implicações da atual crise entre Irã e Estados Unidos para os dois países e para outros atores da região e da Europa. A seguir, a análise da especialista.

Curto prazo

Apesar da perda de uma figura militar tão poderosa, o Irã pode ser um beneficiário no curto prazo do assassinato do seu próprio general Qasem Soleimani.

A morte de Soleimani e as enormes procissões fúnebres que se seguiram permitiram que o regime iraniano desviasse a atenção do público da violenta repressão aos protestos contra o aumento dos preços da gasolina, em novembro.

Esse cenário também permite que o Irã demonstre sua capacidade de se unir em um momento de crise, mesmo que sua elite política seja notoriamente dividida.

O Irã está sob a pressão das sanções econômicas ditadas pelos EUA em 2018 após o presidente americano, Donald Trump, determinar a saída de seu país do acordo nuclear firmado com os iranianos em 2015.

No ano passado, a situação piorou depois que o Irã derrubou um drone militar americano e deteve navios petroleiros na região do Golfo. O país também foi acusado de patrocinar ataques com mísseis, como o caso ocorrido em setembro contra instalações petrolíferas sauditas. O regime iraniano negou participação.

O Irã já reagiu aos Estados Unidos com um ataque de mísseis contra tropas americanas no Iraque, na terça-feira. O país pode se beneficiar se adiar qualquer retaliação e, em vez disso, continuar a demonstrar seu apreço pelo general morto ao mesmo tempo em que fomenta a ansiedade do público em relação ao que pode ocorrer no futuro.

No entanto, se o país tomar outras medidas, poderá não ser mais visto como vencedor.

Dependendo de onde e como o Irã procurar vingar a morte de Soleimani, o país, dono de um poder militar menor, pode se encontrar em um ciclo militar de ação e reação prejudicial.

Já sujeito a fortes sanções e sob pressão para cumprir o acordo nuclear, o Irã poderia ficar cada vez mais isolado com a escalada de violência.

Estados Unidos

O governo Trump pode ter conseguido prejudicar a estrutura militar do Irã. Além disso, a estratégia de ataques pode potencialmente aumentar a chance de reeleição do presidente nas eleições de novembro.

Com o ataque que matou Soleimani, os EUA também enviaram uma mensagem de força e solidariedade a aliados na região, como Israel e Arábia Saudita.

Mas, caso haja uma ação militar de maior intensidade, os preços do petróleo podem aumentar e outra guerra regional de longa duração pode começar, levando à perda de mais vidas.

Esse cenário pode ter ramificações para muitas outras nações no Oriente Médio.

Forças xiitas no Iraque

No curto prazo, as milícias xiitas apoiadas pelo Irã no Iraque poderiam se beneficiar da atual crise.

Nos últimos meses, o governo iraquiano tem sido alvo de muitos protestos contra a influência do Irã no país, além de denúncias de má governança e corrupção.

Essas milícias — e o restante do establishment político do Iraque — estão usando a morte de Soleimani para recuperar a influência perdida e legitimar sua necessidade de permanecer no país.

A promessa de expulsar as tropas americanas do Iraque tem sido um grito de guerra desses grupos e é estimulada por seus líderes.

Esse cenário cria um vácuo de segurança que pode ser ocupado por grupos extremistas como o Estado Islâmico e a Al Qaeda.

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