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Por Redação O Sul | 23 de agosto de 2015
Idolatrado pelos brasileiros que exigem o fim da corrupção no País, o juiz Sérgio Moro, responsável pela Operação Lava-Jato, é um dos muitos magistrados beneficiados por uma prática legal, mas questionável do ponto de vista moral: a dos supersalários pagos aos servidores da Justiça no Brasil.
Graças a uma generosa cesta de auxílios e adicionais eventuais, Moro tem recebido no contracheque muito acima do teto, que é limitado ao salário do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), hoje em 33,7 mil reais. O artifício muito utilizado pelos tribunais fez com que o salário do magistrado chegasse a 77.423,66 reais, no mês de abril. Desse total, 43.299,38 reais foram referentes a pagamentos de férias, 13º salário, atrasados e outros. No valor bruto, estavam incluídos ainda 5.176,73 reais de auxílios para ajudar nas despesas com alimentação, transporte, moradia e saúde.
De janeiro a julho deste ano, Moro recebeu, por quatro vezes, rendimentos superiores a 63 mil reais. Nos meses sem gratificação (março, maio e junho), o salário do magistrado, que é lotado na 13ª Vara Federal de Curitiba (PR), não passou de 36 mil reais. Além dele, há juízes cujos vencimentos ultrapassam 100 mil reais por mês.
O expediente de criação de penduricalhos foi criticado pelo deputado federal Wadih Damous (PT-RJ). “A limpeza deveria começar pela remuneração desses juízes e desembargadores que recebem acima do teto constitucional, em manobras que não fazem bem à democracia e à moralidade”, disse. (AD)