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Brasil São Paulo tem aumento de 66% nas vendas de bicicletas em 2020, diz associação

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Daniel Guth, diretor da Aliança Bike, costuma andar pelas ruas da capital paulista.

Foto: Mariana Gil/ WRI Brasil
Daniel Guth, diretor da Aliança Bike, costuma andar pelas ruas da capital paulista. (Foto: Mariana Gil/WRI Brasil)

No Brasil, alta foi de 50% em 2020 em relação a 2019, de acordo com pesquisa da associação Aliança Bike feita com lojistas. Novos usuários citam bicicleta como alternativa de transporte, atividade física e lazer em época de pandemia.

A cidade de São Paulo teve um aumento de 66% nas vendas de bicicleta em 2020 em relação a 2019, de acordo com a Associação Brasileira do Setor de Bicicletas (Aliança Bike). O número é 16 pontos percentuais acima da média nacional, de 50%.

De acordo com especialistas e ciclistas, a alta das vendas está relacionada à pandemia de coronavírus, e o perfil dos novos consumidores de bicicleta pode ser dividido em três tipos. Veja: aqueles que passaram a usá-la como meio de transporte, para evitar a aglomeração no transporte público; aqueles que começaram a pedalar como forma de praticar atividade física, já que as academias ficam fechadas em algumas fases da pandemia; e outros que passaram a usar a bicicleta como forma de lazer.

A circulação menor de carros durante a pandemia também deixou os ciclistas mais seguros, contribuindo para o uso mais regular das bicicletas na cidade.

Elas, aliás, têm se mostrado tão democráticas que até quem acredita não ter condicionamento físico para pedalar pode adotar um modelo elétrico ou híbrido. É o caso do fotógrafo Vitor Manon, de 28 anos, que vendeu o carro no começo da pandemia e passou a usar uma bicicleta para se locomover na cidade.

“A venda do carro foi muito por conta da redução de gastos na pandemia. Minha bike é híbrida, ou seja, ela tem funcionamento com assistência para pedalar. Escolhi a elétrica por conta do meu sobrepeso. Eu não tinha fôlego para aguentar muitas ruas de São Paulo em uma bike convencional, então ela me ajudou muito”, conta.

“Além da mobilidade, mudei bastante meu estilo de vida e até comecei a emagrecer desde então. Além de transporte virou também uma prática para movimentar o corpo. É bem nítida a mudança nesse meio-tempo”, completa o fotógrafo.

Vitor não está sozinho. A categoria de bicicletas que mais tem crescido em produção é a elétrica, de acordo com a Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo).

Foram 1.436 unidades produzidas em fevereiro deste ano contra 182 em janeiro, o que representa um crescimento de 689%. Na comparação com o mesmo mês de 2020, o aumento foi de 101,1%. Na ocasião, foram fabricadas 714 bicicletas da categoria elétrica.

Falta de insumos

Na contramão da tendência de crescimento de vendas, o número de bicicletas produzidas no Brasil diminuiu em 2020. De acordo com dados da Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares – Abraciclo, foram produzidas 665.186 bicicletas em 2020.

O volume de 2020 foi 27,7% menor que o fabricado em 2019, que teve 919.924 bicicletas produzidas. O desempenho também ficou abaixo da projeção apresentada pela Abraciclo em outubro. A perspectiva era de produzir 736.000 bicicletas. Em 2021, a associação espera produzir 750 mil unidades, um volume 12,8% maior.

O desafio para aumentar a produção é a falta de peças e insumos, de acordo com a associação. A queixa é a mesma dentre os lojistas da Aliança Bike desde agosto do ano passado. A falta de peças começou a afetar o setor após o pico de vendas em julho, que teve alta de 118% no volume de vendas em relação ao mesmo mês de 2019. Na época, os clientes chegaram a esperar meses e até um ano por uma bicicleta.

Um modelo montado no Brasil tem 90% de seus componentes vindos do mercado asiático, de países como China, Taiwan e Indonésia. Esses países tiveram atraso na produção industrial porque fecharam por alguns meses em 2020, com a pandemia, e depois voltaram a funcionar com a demanda quadruplicada, de acordo com o diretor da Aliança Bike, Daniel Guth.

“A partir de agosto manteve-se aumento da demanda e crescimento das vendas, mas o próprio setor passou a ter dificuldade de fornecer por causa do volume de procura. As fabricantes priorizaram o mercado doméstico, europeu e americano, que consomem e pagam melhor. O Brasil teve menos prioridade e até hoje não está normalizado. Os estoques foram acabando, a procura continuou alta, e o mercado não deu conta. Mesmo assim as vendas foram 50% maiores no Brasil em comparação com o ano de 2019. Foi um ano muito bom”, afirma.

Em 2021, a procura continua alta apesar das bicicletas terem ficado mais caras, de acordo com Guth, e a o problema de falta de componentes continua. “Houve aumento de preços porque tivemos alta do dólar e o frete marítimo quadruplicou de preço. Mesmo assim as pessoas continuam procurando.”

O Brasil tem 8.936 lojas de bicicleta ativas. Dessas, 1.977 estão no estado de São Paulo. De acordo com a Aliança Bike, a capital possui 312 lojas de bicicletas, que geram 589 empregos diretos e 1.760 empregos indiretos.

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https://www.osul.com.br/sao-paulo-tem-aumento-de-66-nas-vendas-de-bicicletas-em-2020-diz-associacao/ São Paulo tem aumento de 66% nas vendas de bicicletas em 2020, diz associação 2021-03-28
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