Quarta-feira, 01 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 8 de maio de 2020
A cidade de São Paulo teria dez vezes mais casos de covid-19 se não tivessem sido adotadas as medidas de distanciamento social. Essa é uma das conclusões de um estudo feito pelo Observatório Covid-19 BR, que reúne especialistas de várias universidades e acompanha a pandemia no País. O estudo completo será divulgado na próxima semana, mas o portal de notícias G1 teve acesso a parte dos resultados. O trabalho mostra que o número acumulado de pessoas infectadas, que hoje está na casa de dezenas de milhares, seria de centenas de milhares sem a quarentena. "A curva epidêmica atual está claramente achatada em relação ao cenário em que não tivesse ocorrido o distanciamento social", diz o grupo. "O abandono completo de medidas de distanciamento em 11 de maio levaria a um aumento drástico de casos." Segundo os pesquisadores, qualquer relaxamento das medidas de distanciamento social em uma situação como a vivida agora (expansão da epidemia) pode provocar aumento da velocidade de novos casos graves diários, resultando em rápida sobrecarga do sistema de saúde. O estudo levou em consideração uma série de fatores para traçar diferentes cenários, desde as características do vírus, como taxa de transmissão, ao perfil da população, como faixa etária, e outros dados, como o tempo que as pessoas levam para ir ao hospital e a duração da doença. Segundo os pesquisadores, o objetivo foi criar um modelo o mais complexo possível, com o maior número de informações disponíveis sobre o vírus, a doença e as pessoas afetadas. A partir daí foram criados vários cenários e o impacto de cada um foi analisado na evolução da covid-19. Sem as medidas adotadas na quarentena, o número de casos seria 10 vezes maior, aponta o estudo. O grupo redigiu uma carta explicando o porquê de ainda não ser o momento de as medidas de isolamento serem relaxadas. "Há, de fato, um número menor de casos ao se instituírem medidas de distanciamento social. Estas também proporcionam um tempo maior para que se prepare um eventual abrandamento que leve a dita reabertura da economia. Tal preparação necessita de planejamento e avaliação cuidadosa que, neste momento, ainda não parecem existir na maior parte do País. O distanciamento social deve ser mantido, e eventualmente intensificado, ate que haja recursos e segurança para substituí-lo por outras medidas. Isso é fundamental para não pôr a perder todo o esforço feito até agora."
Foto: Rovena Rosa/Agência BrasilA cidade de São Paulo teria dez vezes mais casos de covid-19 se não tivessem sido adotadas as medidas de distanciamento social. Essa é uma das conclusões de um estudo feito pelo Observatório Covid-19 BR, que reúne especialistas de várias universidades e acompanha a pandemia no País.
O estudo completo será divulgado na próxima semana, mas o portal de notícias G1 teve acesso a parte dos resultados. O trabalho mostra que o número acumulado de pessoas infectadas, que hoje está na casa de dezenas de milhares, seria de centenas de milhares sem a quarentena.
“A curva epidêmica atual está claramente achatada em relação ao cenário em que não tivesse ocorrido o distanciamento social”, diz o grupo. “O abandono completo de medidas de distanciamento em 11 de maio levaria a um aumento drástico de casos.”
Segundo os pesquisadores, qualquer relaxamento das medidas de distanciamento social em uma situação como a vivida agora (expansão da epidemia) pode provocar aumento da velocidade de novos casos graves diários, resultando em rápida sobrecarga do sistema de saúde.
O estudo levou em consideração uma série de fatores para traçar diferentes cenários, desde as características do vírus, como taxa de transmissão, ao perfil da população, como faixa etária, e outros dados, como o tempo que as pessoas levam para ir ao hospital e a duração da doença.
Segundo os pesquisadores, o objetivo foi criar um modelo o mais complexo possível, com o maior número de informações disponíveis sobre o vírus, a doença e as pessoas afetadas.
A partir daí foram criados vários cenários e o impacto de cada um foi analisado na evolução da covid-19. Sem as medidas adotadas na quarentena, o número de casos seria 10 vezes maior, aponta o estudo.
O grupo redigiu uma carta explicando o porquê de ainda não ser o momento de as medidas de isolamento serem relaxadas. “Há, de fato, um número menor de casos ao se instituírem medidas de distanciamento social. Estas também proporcionam um tempo maior para que se prepare um eventual abrandamento que leve a dita reabertura da economia. Tal preparação necessita de planejamento e avaliação cuidadosa que, neste momento, ainda não parecem existir na maior parte do País. O distanciamento social deve ser mantido, e eventualmente intensificado, ate que haja recursos e segurança para substituí-lo por outras medidas. Isso é fundamental para não pôr a perder todo o esforço feito até agora.”