Quinta-feira, 06 de março de 2025
Por Redação O Sul | 27 de julho de 2024
Cinco grandes companhias que fizeram pedidos de recuperação judicial nos primeiros seis meses deste ano têm dívidas que somam R$ 8,7 bilhões: Odebrecht Engenharia e Construção (R$ 4,7 bilhões), Coteminas (R$ 2 bilhões), rede de supermercados Dia (R$ 1,1 bilhão), rede de fast-food Subway (R$ 483 milhões) e a varejista Polishop (R$ 395 milhões) acionaram a Justiça em busca de proteção contra os credores.
“Este processo (de recuperação judicial) permite que a empresa em dificuldade negocie com seus credores sob a supervisão do Judiciário, visando a assegurar sua viabilidade econômica e o pagamento de suas dívidas”, explica Einar Rivero, CEO da consultoria Elos Ayta. Segundo o executivo, quando uma empresa é declarada falida, seus ativos são vendidos e os recursos obtidos são distribuídos entre os credores de acordo com a ordem de prioridade estabelecida pela lei. “A falência é considerada uma medida extrema, utilizada quando não há possibilidade de recuperação da empresa”.
Varejo
A crise da rede Dia se tornou pública em março, uma semana depois do anúncio de um processo de reestruturação das operações no País, que levaria ao fechamento de 343 lojas e três armazéns. Vinte dias antes, a companhia trocou o CEO, e o então diretor financeiro Sébastian Durchon assumiu o comando.
O plano da empresa era continuar operando 244 lojas no Estado de São Paulo. No documento entregue à Justiça de São Paulo, porém, a empresa informou que procura investidores interessados em comprar sua operação no Brasil.
Também em março, a rede de lanchonetes Subway entrou com pedido de recuperação judicial na Justiça de São Paulo. Gerida no Brasil pela SouthRock, também operadora das marcas Starbucks, Eataly, TGI Fridays e Brasil Airport Restaurantes (Bar), o Subway havia sido excluído do processo de recuperação judicial em que o grupo entrou no fim de 2023. À época, a SouthRock considerou “a postura colaborativa até então adotada por relevante parte dos credores financeiros” do Subway. Esse cenário mudou em 2024, culminando no pedido de recuperação da empresa. No fim de junho, a Zamp, dona do Burger King, disse que avalia a compra da operação do Subway no País.
O caso da Polishop pegou o mercado de surpresa. O negócio liderado por João Appolinário entrou com pedido de recuperação judicial também em maio deste ano. Desde então, a rede já fechou ao menos 100 lojas em shoppings e é alvo de cerca de 50 ações de despejo. A empresa vinha sofrendo com dívidas há pelo menos dois anos, quando shoppings onde mantinha lojas começaram a entrar com processos na Justiça por falta de pagamento dos aluguéis. À época, o valor acumulado era de R$ 9 milhões.
Esporte
Nem o futebol passou em branco na onda de recuperações judiciais. O Figueirense, de Florianópolis (SC), teve problemas com dívidas tanto com fornecedores quanto com trabalhadores e a Sociedade Anônima do Futebol (SAF), dona do time, busca negociar dívidas de R$ 165 milhões com deságio, contando com a proteção da Justiça para evitar a falência. “A apresentação dos planos de recuperação judicial representa o cumprimento de uma importante etapa do processo e reflete a proposta do Figueirense para o pagamento dos credores”, diz a nota oficial do clube.