Quarta-feira, 14 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 30 de março de 2021
Um estudo da Universidade Federal de Rio Grande analisou dados sobre a saúde mental das pessoas após um ano de pandemia. Segundo a pesquisa, o maior medo dos entrevistados é ser infectado pelo vírus.
O estudo foi distribuído entre a população das cidades de Rio Grande, no sul do estado, e Criciúma, em Santa Catarina. Denominada Mentalcovid, a pesquisa ouviu 2.170 indivíduos em setembro do ano passado. Os resultados indicam que o maior medo das pessoas não está associado às consequências da infecção pelo coronavírus.
“Não é a doença ser do coronavírus que está afetando os níveis de estresse, a depressão e até mesmo o pensamento suicida. E sim, esse pânico, esse pavor e esse medo que a população vem tendo de contrair o vírus”, explicou o coordenador da pesquisa, Samuel de Carvalho Dumith.
O estudo aponta que depressão e ansiedade são as principais doenças psicológicas causadas pelos medos da pandemia. Os pesquisadores observaram que os pensamentos suicidas também tiveram representação entre os entrevistados. Para a psicóloga Julia, são vários motivos que levam a essa série de problemas psicológicos.
“Na realidade é bem difícil a gente pensar em um fator psíquico que foi afetado, porque eu acho que de uma forma geral, de maneiras diferentes, todo mundo está sofrendo com essas consequências e isso vai se repercutir nas nossas questões emocionais”, disse a psicóloga Julia Schneider Protas.
A pesquisa da Universidade Federal de Rio Grande divulgou ainda um grande número de pessoas com a chamada infodemia. O professor responsável pelo estudo explica o termo. “Caracterizar as pessoas que buscam informações várias vezes ao dia, que se preocupam muito. Isso acaba gerando um ciclo vicioso porque as pessoas se preocupam, buscam mais informações e passam a se preocupar ainda mais”, afirmou Dumith.
Como disse o professor Samuel, a busca pela informação de qualidade se faz mais importante ainda nesse momento, até para evitar problemas psicológicos.