Sexta-feira, 20 de junho de 2025
Por Redação O Sul | 19 de fevereiro de 2022
A vice-presidente dos EUA, Kamala Harris, discursou durante a conferência de segurança de Munique no sábado (19) e confirmou que se a Rússia invadir a Ucrânia de novo, os EUA e os principais países da Otan irão impor sanções sem precedentes à Rússia.
“Vamos mirar nas instituições financeiras e nas principais indústrias. Estamos prontos para responder a uma possível invasão”, disse a vice-presidente americana.
“Como disse o presidente Joe Biden, os EUA, nossos aliados da Otan e nossos parceiros têm estado alerta e estão abertos à diplomacia séria. Entretanto, a Rússia diz estar aberta a conversar, mas suas atitudes não condizem com suas palavras. Moscou segue negando a diplomacia”, completou ela.
Tensões
Durante a noite de sexta-feira (18), o presidente americano Joe Biden confirmou que Putin está decidido a invadir a Ucrânia. Ele confirmou ainda que a Rússia irá atacar Kiev nos próximos dias.
“Temos motivos para acreditar que as forças russas atacarão nos próximos dias, especificamente a capital ucraniana de Kiev “, afirmou. Falando na Casa Branca, o americano disse que as notícias divulgadas ao público russo de que a Ucrânia está planejando lançar um ataque em Donbass, controlado pelos separatistas, carecem de evidências. Para Biden, essas alegações desafiavam a lógica.
“Tudo isso é consistente com a cartilha que os russos usaram antes”, disse Biden. “Isso também está de acordo com o cenário de pretexto sobre o qual os Estados Unidos e nossos aliados e parceiros vêm alertando há semanas”, continuou Biden. Ou seja, a alegação de um ataque ucraniano à região separatista do leste seria uma maneira de justificar uma invasão por parte de Moscou.
Conferência
O tema Rússia x Ucrânia se tornou o assunto central da conferência de segurança de Munique. Além de Kamala Harris, o Chanceler alemão Olaf Scholz também discursou. Em suas falas, comentou bastante sobre a instabilidade entre os dois países.
“A Rússia invadir a Ucrânia seria um erro sério. A atitude teria custos políticos, econômicos e geoestratégicos. Não há justificativa para haver mais de 100 mil tropas russas na fronteira.”, disse o líder do governo alemão. “Ainda existe uma ameaça de guerra na Europa, porém, temos indícios claros de que a Rússia continua aberta a negociar.”, completou Scholz.
Exigências
Em suas negociações com membros da Otan, o governo de Vladimir Putin apresentou uma série de exigências para diminuir a tensão militar na fronteira. Entre elas, a principal foi para que a Ucrânia nunca faça parte da aliança.
“A Rússia tornou a questão de uma possível adesão da Ucrânia na Otan como um caso armado, o que é um paradoxo, já que Putin sabe que isso não estava na nossa programação.”, disse Olaf Scholz. “Podemos responder imediatamente com sanções diretas, caso haja uma ação militar russa. Entretanto, queremos conversar.”