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Por Redação O Sul | 1 de março de 2019
Horas antes de receber o autoproclamado presidente interino venezuelano, Juan Guaidó, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) demonstrou disposição em encontrar Nicolás Maduro – considerado por grande parte da comunidade internacional, inclusive o Brasil, como ditador à frente da Venezuela. “Se o Trump [presidente dos EUA] pode conversar com o Kim [Jong-un, ditador da Coreia do Norte], posso conversar com Maduro também”, disse Bolsonaro. As informações são do portal de notícias UOL e do Palácio do Planalto.
As declarações foram dadas na quinta-feira (28) em café da manhã com um grupo de 11 jornalistas selecionados pelo Palácio do Planalto. “Eu acho que o Maduro está dando sinal de que quer conversar. O Maduro não quer acabar como o Saddam Hussein”, afirmou Bolsonaro. Saddam Hussein foi deposto por forças americanas na guerra do Iraque em 2003 e acabou executado em 2006.
O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, já se referiu a Maduro como “ex-presidente” e declarou “apoio irreversível e incondicional à libertação da Venezuela”.
No Palácio do Planalto, o opositor venezuelano Juan Guaidó foi recebido na tarde de quinta-feira por estrutura semelhante à dedicada a chefes de Estado e tratado por Bolsonaro como “presidente encarregado”.
No encontro com jornalistas, o presidente também afirmou que a Venezuela tem cerca de 2.000 generais e que muitos deles teriam ligação com o tráfico internacional de drogas. Essa ligação seria, na sua opinião, um grande problema para Maduro.
Bolsonaro e o ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), general Augusto Heleno, também afirmaram que o presidente venezuelano mantém a lealdade de seus altos oficiais com ajuda de milhares de agentes de inteligência de Cuba, que evitam desobediências e deserções.
Juan Guaidó
Em declaração à imprensa, Bolsonaro afirmou que o governo brasileiro continuará atuando para auxiliar na restauração das liberdades individuais e da democracia na Venezuela. As declarações foram feitas após a recepção de Juan Guaidó no Palácio do Planalto.
“Não pouparemos esforços, dentro da legalidade e da nossa Constituição e de nossas tradições, para que a democracia seja restabelecida na Venezuela”, disse. “Sabemos que isso só se dará através de eleições livres e confiáveis”, pontuou.
Ao lado de Bolsonaro, Guaidó afirmou que é necessário proteger as liberdades individuais em toda a região da América do Sul para evitar que “um pequeno grupo se apodere da verdade, ou recursos de um povo”.
Segundo ele, há mais de 300 mil venezuelanos em risco de morte devido à crise humanitária pela qual enfrenta o país vizinho. Ele citou que a população do país não pôde contar com ajuda humanitária internacional, já que as autoridades venezuelanas não permitiram a entrada de donativos no país.
Grupo de Lima
O Grupo de Lima é composto por 14 países americanos (Argentina, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Guatemala, Guiana, Honduras, México, Panamá, Paraguai, Peru e Santa Lúcia) e foi criado para discutir a atual crise na Venezuela. De acordo com Bolsonaro, o governo brasileiro continuará apoiando todas as resoluções do grupo.