Quinta-feira, 05 de junho de 2025
Por Carlos Roberto Schwartsmann | 4 de junho de 2025
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
Atualmente é muito comum o médico atender atrás da mesa e ao lado do computador.
As vezes não há mais maca de exame clínico. A necessidade de teclar, muitas vezes faz com que a conversa seja indireta. Não há mais “olho no olho”.
Entretanto, por mais avançada que seja a tecnologia médica acessória, o ato médico possui como bases fundamentais, para o correto diagnóstico: a anamnese e o exame físico.
Na primeira, na história clínica, o paciente deve responder uma tríade secular em relação a sua queixa principal! Quando começou?! Onde começou?! Como começou?! Ainda: existem relatos de outras doenças, outras cirurgias?
Na família existem casos semelhantes?! Que medicações o senhor está tomando? Relato de episódios alérgicos?! Restrições medicamentosas?! Qual é o suporte familiar!
As dezenas de informações tem como objetivo oferecer dados para hipotetizarem diagnósticos.
O exame físico é baseado em 4 pilares: a inspeção, a palpação, a ausculta e a percussão.
A inspeção pode ser estática ou dinâmica. É realizada sem tocar no paciente: observamos manchas, edema nas pernas, cicatrizes, dismetria dos membros, etc.
Nos outros itens subsequentes do exame clínico, principalmente na palpação é necessário tocar no paciente. Existe necessidade de avaliar o tônus muscular, a mobilidade articular. Tamanho do fígado e do baço. Toque retal, toque vaginal! O toque é necessário para avaliar pulsos periféricos e testar reflexos. Se o local está mais quente ou se o membro está mais frio. Reproduzir e exacerbar o nosso alarme divino que é a dor. Isto exacerba a dor?!?!
Existem na medicina centenas de sinais e manobras semióticas!
O toque além de ser uma exigência técnica é uma forma de comunicação que transmite afeto, carinho e acolhimento. Tem o poder de humanizar mais a relação médico-paciente criando vínculos mais fortes de empatia e confiança. Pesquisas mostram que os pacientes gostam de serem examinados.
A pior frase que o médico pode ouvir na vigência de um tratamento não satisfatório é: “Dr, O senhor só me pediu exames, nem me tocou”!
Portanto, um conselho: se o médico não lhe tocar, troque de médico!!
(Carlos Roberto Schwartsmann – Médico e Professor universitário – schwartsmann@gmail.com)
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