Sexta-feira, 03 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 22 de agosto de 2021
Uma pesquisa da consultoria de recursos humanos Robert Half mostra que empresas que não ofereçam opção de trabalho remoto, ao menos parcial, podem perder a preferência de seus funcionários, em especial as mulheres.
Segundo a sondagem, 44,1% das entrevistadas disseram que, se a possibilidade de trabalho remoto fosse retirada, procurariam por uma nova oportunidade no mercado que oferecesse a opção. Entre os homens, o percentual é um pouco menor, de 31,4%.
O regime foi adotado muito intensamente desde o início da pandemia do coronavírus, mas a pesquisa surge em momento em que muitas empresas estão definindo quando e como será a volta ao trabalho presencial com o avanço da vacinação no País.
Mesmo que não cheguem ao extremo de largar o trabalho atual, a preferência pelo modelo híbrido é dominante entre os profissionais entrevistados. Segundo a pesquisa, inclusive, 63,8% declaram que gostariam de trabalhar mais dias da semana em casa do que no escritório.
São 16,7% que preferem o inverso: mais dias no escritório que em casa. De acordo com a Robert Half, a adesão enorme ao trabalho remoto é calcado na percepção dos trabalhadores de que optar pelo home office em alguns dias da semana deixou de ser um benefício concedido pela empresa e passou a ser um regime de trabalho. Foram 76,5% dos profissionais que passaram a considerar o home office um novo modo de trabalhar.
Pelo lado das empresas, 58,1% não definiu como será o retorno ao trabalho presencial. Da parcela que já anunciou o novo procedimento, duas a cada três vão adotar o modelo híbrido, conciliando o remoto com idas ao escritório. O índice de retorno total ao escritório na pesquisa é de 21,4% dos participantes.
A pesquisa da Robert Half entrevistou 358 pessoas entre os dias 29 de junho e 19 de julho, considerando trabalhadores e desempregados que buscam recolocação.
Uma outra sondagem, realizada há alguns meses com 145 empresas multinacionais que atuam no Brasil mostrou que 58% dos profissionais entrevistados afirmaram estar “muito confortáveis” com o trabalho remoto, contra 36% de pessoas “confortáveis” e 6% “desconfortáveis”.
A pesquisa avaliou ainda a dificuldade de trabalhar com equipe remota: 91% classificaram a atividade como “muito parecida com o normal”, “muito fácil”, ou “fácil”. Apenas 9% responderam “difícil”.
Apesar desses números, a pesquisa mostra que ainda existem arestas para serem aparadas. Perguntados sobre os desafios de trabalhar remotamente, os profissionais ouvidos apontaram: socializar (68%), desenvolver confiança (33%), comunicar (28%), dar feedback (22%), manter a meta comum (22%), liderar (15%), fazer amigos (14%).
Além disso, os profissionais apontam diversos pontos de melhoria que as empresas devem levar em conta na continuidade do trabalho remoto: segurança de dados (79%), comunicação efetiva (74%), maior foco em uma cultura humanizada e colaborativa (70%), manter o engajamento dos trabalhadores (65%), receber/acolher os novos colaboradores (53%), repensar práticas organizacionais (52%), avaliação de performance (51%) e investir em ferramentas /treinamentos para o desenvolvimento humano (49%).