Quarta-feira, 30 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 8 de outubro de 2023
O PSD chegou a uma constatação curiosa, que anima o partido quando avalia a eventual candidatura de Ratinho Júnior na eleição presidencial de 2026: o nome do governador do Paraná que, na verdade, é um apelido, alcança a simpatia do eleitor nordestino. Pesquisa encomendada pelo PSD mostra que eleitores da região associam o governador ao apresentador de TV Ratinho, pai dele.
“Se o PSD tiver um candidato ao Planalto, será Ratinho Júnior”, disse o presidente do partido, Gilberto Kassab, na festa de 12 anos da sigla, em Brasília. Secretário de Governo de Tarcísio de Freitas, Kassab calcula, porém, que tudo depende do cenário lá na frente. Pragmático nas alianças, o PSD integra a base aliada do governo Lula e comanda três ministérios.
O ex-prefeito de São Paulo fez o anúncio durante um jantar realizado em Brasília para comemorar os 12 anos da refundação da legenda. Ratinho tem 42 anos e foi reeleito governador com 70% dos votos válidos no Estado. Na última eleição presidencial, em 2022, o PSD não laçou nenhum candidato a presidente e ficou neutro no primeiro turno. A sigla chegou a flertar com Eduardo Leite, mas não convenceu o governador do Rio Grande do Sul a deixar o PSDB.
No segundo turno, os diretórios do partido foram liberados a apoiar qualquer um dos dois candidatos (Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, ou Jair Bolsonaro, do PL). Kassab chegou a dar entrevistas sinalizando apoio a Lula, mas não oficializou. Sua legenda, no entanto, faz parte do governo federal. Hoje, o líder do PSD integra o governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos) em São Paulo como secretário de Governo. O ex-ministro de Bolsonaro também é um possível concorrente ao Planalto em 2026
Entrevista
Entre os correligionários, Ratinho Júnior já é chamado de presidente. A reação do governador foi sempre a mesma: sorriu e evitou estender a pauta. “Falta muito tempo para as eleições”, afirmava. Em uma entrevista à revista Veja em junho, o governador paranaense admitiu que, se for o momento adequado, “se eu tiver condições e se eu for a pessoa escolhida dentro de um projeto de grupo, partidário, posso ser uma opção. Mesmo se não for o protagonista desse movimento, quero ajudar a construir essa alternativa. Se ela vai ser vitoriosa, só saberemos em 2026”.
O governador disse ainda querer “fazer parte, sim, de um projeto político para o Brasil. Um projeto político que possa realmente transformar o país, que possa implantar uma agenda positiva, que saia desse negócio de esquerda e direita, de extremismo. Isso é muito prejudicial e não enche a barriga de ninguém”.