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Mundo Se os Estados Unidos endurecerem e pararem de comprar petróleo da Venezuela o preço da gasolina nos postos de combustíveis norte-americanos vai disparar

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Veículos abastecem em posto de combustível da petroleira estatal PDVSA, em Caracas. (Foto: Reprodução)

Mais impopular para o presidente Donald Trump do que não punir a ditadura de Nicolás Maduro da forma mais dura possível seria deixar que o preço da gasolina disparasse nos Estados Unidos. Esse é um dos principais motivos pelos quais o americano ainda não avançou com as sanções sobre o setor de petróleo da Venezuela.

Os impactos não seriam apenas para a já castigada população do país, cujo petróleo representa 95% de todas as suas exportações. Os EUA importam 777 mil barris de petróleo por dia da Venezuela, que é o terceiro maior exportador para o país (7,5% do total importado), atrás apenas do Canadá e da Arábia Saudita. O impacto de bloquear o petróleo venezuelano seria sentido na bomba de combustível. Um cálculo feito pela consultoria PKVerleger LLC estima um aumento de US$ 0,25 a US$ 0,30 por galão (3,79 litros) em duas semanas, se os EUA suspendessem a importação da Venezuela. Hoje, o preço médio do galão de gasolina no país é US$ 2,35 (o equivalente a cerca de R$ 1,94 por litro).

“O impacto poderia ser significativo, com aumento do preço da gasolina, falta de estoque de petróleo bruto para as refinarias nos EUA e uma potencial perda de empregos”, afirma David Mortlock, ex-diretor de Assuntos Econômicos Internacionais do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca. Só a Citgo, subsidiária da petroleira venezuelana PDVSA nos EUA, que importa cerca de 200 mil barris por dia da Venezuela, tem três refinarias no país (Texas, Louisiana e Illinois), 48 terminais de abastecimento e 6.000 postos pelos EUA, onde trabalham 46 mil pessoas. Mortlock, que assessorou o então presidente Barack Obama sobre sanções contra Rússia, Irã, Cuba e Síria, está preparando, com o especialista em energia na América Latina Francisco Monaldi, da Universidade Rice, um levantamento para o “think tank” Atlantic Council sobre as possibilidades que o governo Trump tem agora.

Para Mortlock, ainda não é hora de o presidente suspender as exportações da Venezuela. “A meta é mostrar a Maduro e seus apoiadores que os custos serão maiores à medida que eles tomarem passos se distanciando da democracia”, diz. “Se ele for direto para esse tipo de sanção, não terá muito mais o que fazer.” Na lista de ações graduais para pressionar o regime venezuelano, estão aplicar sanções às instituições e às empresas ligadas às autoridades do alto escalão do governo da Venezuela que já são alvo de restrições e proibir qualquer instituição financeira dos EUA de dar novos créditos à PDVSA, o que pressionaria mais a liquidez da petroleira. Uma última opção antes de suspender as importações da Venezuela seria parar de exportar os 100 mil barris de petróleo leve americano diários que a Venezuela mistura com o petróleo bruto que produz antes de vendê-lo.

“Acho até que os venezuelanos vão ser capazes de substituir [o petróleo leve americano], mas as margens de lucro vão ser menores”, diz Monaldi, destacando que a melhor opção para Caracas, neste caso, é bater à porta da Rússia, que já negocia esse tipo de combustível com o país. “A questão é quanto os russos estarão dispostos a colaborar.” A opção parece mais adequada para os EUA, por não afetar diretamente o seu mercado interno, mas ter impacto na capacidade da Venezuela de produzir gasolina. O caso mais extremo, a suspensão das importações da Venezuela, teria efeito “devastador” segundo Alejandro Grisanti, diretor da consultoria Ecoanalitica.

“A posição dos EUA é que as sanções ponham pressão sobre o governo e ao mesmo tempo não causem mais dor à população venezuelana, que já enfrenta uma forte crise.” Grisanti diz que, nos EUA, os impactos poderiam ser mitigados usando reservas de petróleo bruto do país –que, segundo seus cálculos, poderiam abastecer por mais de quatro meses as refinarias hoje importadoras da Venezuela. Outra alternativa é que os EUA comprem mais de países como Canadá e Colômbia. “A logística é que pode se tornar complicada”, pondera Mortlock. “Levar o petróleo do Canadá para as refinarias do golfo do México pode se tornar um desafio, mas tenho certeza de que o governo está discutindo esses planos de contingência.” (Folhapress)

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https://www.osul.com.br/se-os-eua-endurecerem-e-pararem-de-comprar-petroleo-da-venezuela-o-preco-da-gasolina-nos-postos-de-combustivel-norte-americanos-vai-disparar/ Se os Estados Unidos endurecerem e pararem de comprar petróleo da Venezuela o preço da gasolina nos postos de combustíveis norte-americanos vai disparar 2017-08-06
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