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Economia Seca na região de hidrelétricas leva governo a acionar usinas termelétricas e a importar eletricidade do Uruguai e da Argentina. Conta de luz tende a ficar mais cara ao longo do ano

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O governo decidiu acionar todas as usinas termelétricas que estejam disponíveis para garantir o suprimento de energia. (Foto: EBC)

O governo decidiu acionar todas as usinas termelétricas que estejam disponíveis para garantir o suprimento de energia, diante de uma seca histórica na região das usinas hidrelétricas, além de importar eletricidade do Uruguai e da Argentina. O MME (Ministério de Minas e Energia) garante que as medidas afastam o risco de racionamento, mas a conta de luz tende a ficar mais cara ao longo do ano.

Dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) apontam que, no período entre setembro e abril, foi registrada a pior afluência para os reservatórios da região onde estão as hidrelétricas desde que isso começou a ser registrado, em 1931. Ou seja, foi o período em que menos entrou água das chuvas nas barragens em pelo menos 90 anos.

O resultado é que o nível dos reservatórios da região Sudeste/Centro-Oeste finalizou abril com o menor valor verificado para o mês desde 2015, quando o país também enfrentou crise hídrica severa. Essa é a principal região para o armazenamento de água do Sistema Interligado Nacional. O setor elétrico reúne essas duas regiões geográficas em uma só região operativa.

Uruguai e Argentina

No mês passado, os reservatórios dessa região estavam com 34,6% do volume total – em 2015, eram 33,5%. A preocupação é que a área entrará agora no chamado período seco, até novembro, com tendência de nova queda nos volumes dos reservatórios.

A previsão do governo é que os reservatórios do Sudeste/Centro-Oeste terminem maio com 32,3% da capacidade. Se confirmado, será o pior registro desde 2001, ano do racionamento de energia. A situação está melhor nas regiões Norte, Nordeste e Sul.

Para garantir o suprimento de energia e economizar água, o governo decidiu acionar todas as termelétricas que estão disponíveis para operação, de acordo com o MME.

O Brasil tem mais de cem dessas usinas integradas ao sistema, mas há questões como manutenção e acesso a combustível que precisam ser consideradas antes de acioná-las. Elas são movidas a gás natural, óleo, carvão e biomassa.

Desde fevereiro, a produção de energia por meio de termelétricas tem aumentado semanalmente.

Além de permitir o acionamento das termelétricas, o governo está importando energia da Argentina e do Uruguai desde o início do ano, mas há uma limitação técnica para isso: depende do quanto as linhas de transmissão que ligam o Brasil a esses países conseguem suportar.

Bandeira vermelha

Sobre o risco de racionamento, o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, afirmou: “Estamos trabalhando justamente, permanentemente, para que não haja essa hipótese.”

Um dos reflexos da geração de energia por usinas termelétricas é a alta nas contas de luz. Num primeiro momento, isso ocorre com o acionamento de bandeiras tarifárias mais caras. Em maio, está em vigor a bandeira vermelha no patamar 1, que significa um adicional de R$ 4,16 para cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos.

A expectativa é que a bandeira vermelha 2 seja acionada em junho, com impacto de R$ 6,24 a cada 100kWh. E a tendência é que a bandeira vermelha permaneça em vigor até o fim do ano. Uma residência consome em média 150kWh por mês – ou seja, a cobrança extra ficaria na casa dos R$ 10 por mês.

O presidente da consultoria PSR, Luiz Augusto Barroso, lembra que as tarifas de energia das distribuidoras são formadas por uma série de componentes, como a variação do dólar, a indexação de contratos, a produção de energia renovável, além do despacho térmico.

Uma parte do custo extra decorrente da geração de termelétricas acaba sendo repassada ao consumidor por meio das bandeiras tarifárias ao longo do ano. O que não é possível de ser coberto pelas bandeiras é levado para a tarifa nos reajustes anuais das distribuidoras.

“Nós chegamos com reservatórios mais baixos neste período do ano. Isso vai tornar o ano de 2021 naturalmente desafiador e complexo pela ótica da segurança do suprimento”, disse Barroso.

O especialista afirma que a segurança do suprimento energético vai depender, além do acionamento das termelétricas, da disponibilidade de água para a geração de energia ao longo do ano. Ele lembra que há uma série de disputas relacionadas aos usos diversos das águas das bacias hidrográficas, como navegação, lazer e irrigação: “A gente está preocupado, mas não está em pânico. A diferença entre os dois cenários será a disponibilidade de gás para as termelétricas, quantidade de chuvas e disponibilidade das águas.”

O presidente da Thymos Energia, João Carlos Mello, diz que as medidas deveriam ter sido tomadas antes, para evitar que o nível dos reservatórios caísse tanto:Tudo que se coloca de despacho térmico economiza água, e isso deveria ter sido feito no segundo semestre do ano passado. A gente precisa de uma solução estrutural para esse problema, como tentar baratear o preço das termelétricas.” As informações são do jornal O Globo.

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