Quinta-feira, 08 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 16 de janeiro de 2018
A bióloga Fabiana Ninov, da SMS (Secretaria Municipal de Saúde) de Porto Alegre, realizou uma atividade de orientação aos moradores e comerciantes da rua Senhor dos Passos (Centro Histórico), sobre a provável infestação de escorpiões-amarelos no trecho entre as ruas dos Andradas e Alberto Bins.
Acompanhada pela servidora da Equipe de Fiscalização Ambiental da Vigilância em Saúde Sheila Azambuja, ela conversou com porteiros, atendentes e proprietários de lojas, distribuindo material informativo e explicando os hábitos do animal e os cuidados que devem ser adotados tanto ao avistá-lo quanto em caso de incidente (picada).
Na semana passada, durante o dia, um exemplar da espécie foi visto nessa área, que abriga estabelecimentos comerciais como hotel, sapataria e livraria, além do Instituto de Artes da Ufrgs, dentre outros pontos de grande frequência e circulação.
De acordo com a bióloga da prefeitura, o fato de o aracnídeo ter sido visto durante o dia pode indicar um nível maior de infestação subterrânea. Fabiana destaca que, há nove anos, foi identificado o primeiro escorpião amarelo nesse ponto do Centro.
“O escorpião-amarelo (Tityus serrulatus) se reproduz por partenogênese. Só existem fêmeas e todo indivíduo adulto pode parir sem a necessidade de acasalamento, fenômeno que facilita a sua dispersão”, detalha a bióloga. “Por causa da adaptação a qualquer ambiente, uma vez transportado de um local a outro, o animal se instala e prolifera com muita rapidez.”
Ela acrescenta que cada fêmea pode ter 160 filhotes ao longo da vida, com uma média de dois partos por ano, cada um com aproximadamente 20 filhotes: “Assim, pode-se afirmar que o escorpião amarelo já está adaptado àquela região do Centro da cidade”. O escorpião-amarelo costuma se movimentar mais à noite, atrás de alimentos. A sua principal alimentação são as baratas.
A espécie costuma habitar locais frescos e escuros. Isso inclui frestas de parede, pedaços de madeira, restos de construção, entulhos, ralos, esgotos, caixas de gordura, tanques, encanamentos, caixas com verduras, legumes e frutas, sapatos, roupas, camas, travesseiros, cortinas.
Procedimento
Em caso de visualização do animal, o procedimento indicado é ligar para o telefone 156. Não é indicado capturar o animal, nem utilizar inseticidas – eles não matam o animal e podem torná-lo ainda mais perigoso.
Em caso de picada, a indicação é levar a vítima o mais rápido possível ao HPS de Porto Alegre, onde há profissionais capacitados para o atendimento e o soro antiescorpiônico está disponível. No caso de visualização do animal, evitar o contato e informar a localização através do telefone 156.
De acordo com o alerta epidemiológico, o atendimento deve seguir a classificação de risco vermelha e, se necessário, buscar orientação junto ao Centro de Informação Toxicológica da Secretaria Estadual de Saúde, por meio do telefone 08007213000 (ligação gratuita). Enfatiza-se, ainda, a obrigatoriedade do preenchimento da Ficha de Notificação Compulsória, com ou sem uso de soro antiescorpiônico.
Em outubro, uma criança de 5 anos, residente no bairro Lomba do Pinheiro, foi atendida no HPS (Hospital de Pronto Socorro) após ser picada pelo escorpião-amarelo. De acordo com a SMS, a agilidade do atendimento foi essencial para o êxito do tratamento.