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Política Sem negociação: líder do governo Lula no Senado descarta negociar o projeto de lei da anistia com a oposição

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Jaques Wagner diz que Bolsonaro é a mais fraca opção da oposição para enfrentar Lula na eleição presidencial de 2026. (Foto: Agência Brasil)

O líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), descarta qualquer possibilidade de negociação em relação ao projeto de lei que anistia envolvidos nos atos de 8 de Janeiro. A proposta teve seu requerimento de urgência protocolado na Câmara dos Deputados com 264 assinaturas, maioria absoluta na Casa.

“Comigo não tem acordo, eu sou contra o projeto da anistia em qualquer hipótese”, afirmou. Para o senador petista, os atos do 8 de Janeiro representaram a maior afronta à democracia desde 1985 e, caso a proposta seja aprovada na Câmara, significará que “a classe política pirou”.

Wagner afirma que não rejeita a proposta em razão de cálculo político. Para ele, a aprovação de um projeto que possa levar à restauração da elegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro poderia até ser vista como funcional em relação às eleições de 2026. No entendimento do senador, Bolsonaro seria o mais fraco dos candidatos da oposição contra uma candidatura à reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pela rejeição que desperta.

Ao ser perguntando sobre o que moveu 146 deputados da base governista a aderir ao projeto, Wagner mostra o celular, para indicar que a pressão das redes sociais exerceu influência. E admite que o governo tem dificuldades de reverter essa adesão. “Não se trata da base do governo. Trata-se de saber o seguinte: os deputados se movimentam em torno do quê? Eles se movimentam em torno do governo ou das emendas? Esse que é o problema. Quanto tem cada deputado? Eu digo o chão de fábrica. Porque alguns têm mais de R$ 80 milhões [em emendas parlamentares]”, comentou o senador. Para Wagner, parlamentares encaram o valor das emendas como “direito adquirido”.

1) A oposição protocolou o pedido de urgência para o projeto da anistia aos envolvidos no 8 de Janeiro, com apoio de boa parte da base aliada. O Congresso vai aprovar esse projeto, que pode livrar o ex-presidente Jair Bolsonaro da condenação pela tentativa de golpe de Estado?

Eu não estou preocupado com o projeto de anistia por conta do Bolsonaro, nem por conta de nenhum desses outros envolvidos. Estou preocupado por conta da democracia. A pergunta que faço é: se a casa de qualquer um for invadida e depredada, alguém vai pedir anistia ou vai pedir punição? Depredaram três Casas aqui [na Praça dos Três Poderes], símbolos da democracia. Então, estou pouco me lixando se Bolsonaro vai ser ou não vai ser candidato em 2026. Há pessoas que acham até que ele é o melhor candidato para a gente derrotar.

2) O senhor concorda com essa avaliação?

Eu prefiro ainda não sentenciar, mas acho que caminha para ele ser o melhor candidato para a gente derrotar. Isso se ele for [candidato].

3) Esses possíveis candidatos à Presidência, como os governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas, do Paraná, Ratinho Júnior, ou de Goiás, Ronaldo Caiado, que são colocados em um campo mais ao centro que Bolsonaro, são mais perigosos?

Eu acho que são candidatos que tentam ter uma pintura diferente, porque talvez nem eles mesmos gostem do estilo do ex-presidente. Mas vou insistir, não conto com a anistia porque isso requer alguma coisa especial para você oferecê-la.

4) Como assim?

No caso do pós-64, que alguns tentam puxar à baila, vivíamos na ausência da democracia. Terminava uma página da história brasileira, precisava zerar o jogo, e zeraram, com a Lei da Anistia de 1979. Agora o que foi que virou na página? A única coisa que virou é que a gente conseguiu impedir um golpe, que tinha como proposta matar o presidente da República, o presidente do TSE, o vice-presidente.

5) A oposição alega que tinha pessoas inocentes, que participaram do 8 de Janeiro sem ter noção de golpe.

Eu não estou falando dos que foram a Brasília passear. No episódio tinha umas 1.500 pessoas, hoje tem 140 presos. Nós vamos fazer um projeto para anistiar 140 pessoas? Entre elas, os mandantes, os elaboradores de um crime contra a democracia brasileira?

6) Há risco de o Congresso aprovar o projeto?

O risco é você dar um mau exemplo para a sociedade brasileira. Para mim, não é o risco eleitoral. Estou pouco me lixando se Bolsonaro vai ser ou não vai ser candidato. Não quero que façam com ele o que fizeram com Lula, eu quero que ele tenha pleno direito de defesa, todos eles. Agora, pessoas estão tentando minimizar a maior afronta à democracia depois de 1985. Comigo não tem acordo, eu sou contra o projeto da anistia em qualquer hipótese.

7) Mas pelo menos 146 deputados da base apoiaram o requerimento da oposição para a urgência do projeto. Isso mostra que o governo não tem uma base sólida?

Não, isso não tem nada a ver com a base do governo. Isso tem a ver com isso aqui [mostra o celular], uma gente que é escravo da rede social, que ouviu
“assine, assine, assine”.

8) Assinaram por medo das redes?

Medo, claro. Porque esse pessoal vive de meter medo nos outros. Eu tenho preocupação se a Câmara entender que é digno de anistia aquilo que foi feito no 8 de Janeiro. Aí eu acho que a classe política pirou. Então, eu não acredito que passe o projeto da anistia. (Com informações do Valor)

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