Quinta-feira, 05 de junho de 2025
Por Redação O Sul | 16 de dezembro de 2017
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
Precisamos urgentemente mudar o discurso que vem sendo veiculado na maioria das mídias sobre a reforma da Previdência. Simplesmente deve ser veiculado que: sem reforma, não mais haverá Previdência. Além do que, a votação, pelo que se vê, ficará para o próximo presidente, pois os deputados simplesmente não querem tomar partido. Ou agradam o governo e ganham regalias, ou agradam seus eleitores e ganham a eleição que se aproxima.
Está complicado para o povo entender, pois o Brasil é perito em ausentar-se de agendas que discutem questões de longo prazo. Porém, um dia o longo prazo chega, e é nesse momento em que praticamente nos encontramos: gastos com a Previdência que saltam de 0,3% do PIB há dez anos, para atuais 2,7%. Mas vamos aos fatores que contribuem para a insustentabilidade do sistema previdenciário brasileiro: incentivos inadequados e transição demográfica.
Nos anos 1980, quando a Constituição foi criada, o País tinha cerca de 7,2 milhões de idosos e uma população economicamente ativa de 66 milhões, entretanto, as projeções para 2050 mostram que teremos uma população idosa de 66,5 milhões, para 128 milhões de pessoas economicamente ativas.
Então, uma dependência demográfica que antigamente era em torno de 10% passará a ser quase de 50%. Não preciso nem explicar que será inviável e insustentável continuar com as mesmas regras da Constituição 1988. E sobre os privilégios que são concedidos a determinadas categorias, hoje agradando por volta de 10 milhões de servidores civis e militares vinculados a regimes especiais de aposentadoria, isso precisa ser revisto.
Políticos, servidores públicos estaduais e municipais são sujeitos a regras mais brandas; por mais que muitos deles levantem bandeiras de igualdade racial, igualdade de gêneros, entre outras, quando a pauta é desagradável para o lado deles, a desigualdade é aceitável. Sou a favor da reforma da Previdência, ela é absolutamente necessária. Só espero que não seja mais uma reforma cheia de reformas para agradar uns e outros, como já estamos habituados a ver.
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.