Chama a atenção dos repórteres em Brasília a unidade dos nove governadores do Nordeste. Andam juntos, fazem consultas entre si antes de qualquer decisão e conseguem benefícios por força do bloco. Foi o que aconteceu ontem, mais uma vez.
É tanta a unidade que já definiram a chapa e os ministros que apoiarão em caso de eleição: o senador cearense Tasso Jereissati para presidente da República, Rodrigo Maia como vice, Henrique Meirelles na Fazenda e Nelson Jobim na Justiça.
Expectativa além das fronteiras
Lideranças da esquerda na Europa e na América Latina aguardam o lançamento da candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva na eleição indireta, se ocorrer. Acreditam que vai equivaler a um renascimento após um período de baixas.
O editorial do jornal El País, de Madri, avalia:
“Em toda a Europa, os partidos socialistas sofrem derrotas graves nas urnas e lutam para recuperar a confiança dos cidadãos.
Onde antes tinham o apoio garantido de amplos setores da sociedade, parecem ter perdido tanto o favor das classes trabalhadoras, que às vezes até escolhem partidos da direita populista, como das classes médias e dos jovens, que dispersam seu voto em outros partidos ou se refugiam, órfãos, na abstenção.
Visão externa
A edição impressa do jornal inglês Financial Times publicou na coluna Big Read artigo intitulado “Cultura da corrupção engole a elite brasileira”. Afirma: “O ocorrido atingiu o cerne do sistema político e mostra o favoritismo corporativo que envenenou as tentativas do país de realizar todo o seu potencial como Nação”.
Estrutura abalada
Balança Mas Não Cai foi um programa humorístico, criado por Max Nunes e Paulo Gracindo na Rádio Nacional do Rio de Janeiro em 1950, tendo permanecido até 1967. Um ano depois passou para a TV, sempre com grande sucesso de audiência. Qualquer semelhança do título com a situação vivida hoje em Brasília não é mera coincidência.
Pela metade
O Brasil é o campeão mundial no quesito generosidade de Previdência Social. Conclusão do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, órgão do Ministério do Planejamento. Faltou acrescentar: a Previdência foi assaltada por sucessivos governos que sacaram dinheiro para financiar a construção de obras públicas e nunca mais devolveram. Tudo impunemente. É uma das causas do rombo atual.
Virada
O governo do Estado quer transformar o limão em limonada. Diante da recusa da oposição em dar acordo para votar a eliminação do plebiscito sobre privatizações, surgiu uma alternativa. O líder do governo, deputado Gabriel Souza, anunciou ontem que será apresentado outro projeto, pedindo autorização para uma consulta à população com a pergunta quanto ao futuro das estatais.
Antecipou
O deputado Marlon Santos, que assumirá a presidência da Assembleia Legislativa em 2018, revelou a primeira medida que tomará: vai criar um setor de acompanhamento, investigação e pesquisa. Uma equipe de funcionários terá a tarefa de fornecer dados rapidamente de toda a administração estadual aos parlamentares. Hoje, demoram a chegar, retardando decisões.
Aumento
A nova renegociação com a União será amarga: a dívida do Estado subirá de 57 para 87 bilhões de reais.
Recusa
Osmar Serraglio mostrou que não tem vocação para peteca. É a vantagem de quem tem mandato. Sai do Ministério e volta à Câmara dos Deputados para incomodar o governo.
Questão de letras
Deu no site: “Temer diz que não há plano B para o governo.” As alternativas são F (de fica) e S (de sai).
Tiro e queda
Não dá para errar: qual a capital nacional da desfaçatez?