Segunda-feira, 03 de novembro de 2025
Por Flavio Pereira | 12 de setembro de 2025
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editoriais de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
O senador Hamilton Mourão (Republicanos) comentou o julgamento que condenou o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros acusados de uma suposta tentativa de golpe. Segundo o senador, em mensagem publicada nas suas redes sociais, “consumou-se a farsa. O STF na sua Primeira Turma obteve a tão sonhada maioria, obviamente por eles e pela esquerda para condenar por uma absurda tentativa de golpe de Estado e outros crimes conexos.”
“Digo farsa, porque página de agenda virou prova, troca de mensagens de WhatsApp virou prova e o pior de tudo: por meio de uma genialização brilhante, pessoas que há mais de uma semana tinham saído de seus cargos, foram consideradas responsáveis pela baderna ocorrida no dia 8 de janeiro em Brasília, quando havia um governo instalado em Brasília que cruzou os braços e nada fez para impedir que o patrimônio público fosse depredado”, afirmou Mourão.
O senador, que é general de Exército da reserva, projeta que “agora, o que nos resta: levantar a cabeça, porque a nossa luta é a luta justa. E a luta justa será travada em torno da anistia.”
Mourão defende que “a anistia é fundamental” e comentou que “vejo ministros da Suprema Corte querendo interferir em assuntos políticos e comentando a respeito da anistia. Ora, senhores ministros, se querem ser políticos, dispam-se das suas togas para concorrer a um cargo eleitoral. Um deles até já foi político, mas preferiu vestir a toga e continuar a fazer política onde não é lugar de fazer política”. O senador reafirmou que o próximo passo é a luta pela anistia:
“Portanto, conclamo a todos para que juntos trabalhemos para que esta anistia frutifique dentro do Congresso Nacional e leve a justiça ao presidente Bolsonaro, ao general Heleno, ao general Braga Netto, ao general Paulo Sérgio, ao Anderson Torres, ao Ramagem, ao almirante Garnier, que são homens de coragem e determinação e que foram injustiçados”, afirmou Hamilton Mourão.
Alexandre de Moraes “atropela” votos de Cármen Lúcia e Zanin
Após o longo e minucioso voto histórico do ministro Luiz Fux na quarta-feira (10), os ministros Cármen Lúcia e Cristiano Zanin tiveram a dura missão de manter a narrativa do golpe. Chegaram a ser aparteados e atropelados pelo relator, ministro Alexandre de Moraes, que entendeu necessário dar um reforço nos dois votos, passando a impressão de uma subordinação na turma.
Durante o voto da ministra Cármen Lúcia, Alexandre de Moraes interviu, fez discurso inflamado e exibiu vídeos tentando provar o que dissera no seu relatório, fulminado na véspera pelo seu colega Luiz Fux. A certa altura, a própria ministra lembrou Alexandre de Moraes que era o seu momento de votar. Nem assim ele interrompeu a intervenção no tempo da ministra que a certa altura suplicou: “Eu quero falar”.
Faltaram os vídeos do general Gonçalves Dias
Quem viu os vídeos mostrados ontem pelo ministro Alexandre de Moraes da baderna no interior do Palácio do Planalto, certamente ficou imaginando onde foram parar os vídeos nos quais o ex-ministro do GSI, Gabinete de Segurança Institucional, general Gonçalves Dias franqueou as portas do Palácio do Planalto a um bando de desordeiros?
Prefeito Sebastião Melo leva à Câmara o projeto do Plano Diretor
Nesta sexta-feira, às 9 horas, o prefeito Sebastião Melo irá pessoalmente ao Legislativo para protocolar formalmente os projetos de atualização do Plano Diretor e da Lei de Uso e Ocupação do Solo (Luos). Sobre o Plano Diretor, o prefeito já definiu para o comunista como encara este debate:
“Não há plano diretor ideal em nenhuma cidade, há conflitos. Sempre haverá conflitos, porque são visões diferentes, são pensamentos diferentes. E na democracia, só tem uma maneira: é ouvir, ter paciência, discutir. Mas quem resolve o plano diretor, não é o Judiciário, não é o Ministério Público: é o povo, que elegeu a Câmara de Vereadores”, afirmou.
MPF arquiva investigação contra o vereador Coronel Ustra
O Ministério Público reconheceu que o discurso na tribuna não configurou crime, pois não houve incitação direta à violência, nem risco concreto à violência. Com isso, o Ministério Público Federal (MPF) decidiu arquivar o inquérito que investigava os vereadores Coronel Marcelo Ustra (PL) e Mariana Lescano (PP) por suposta “incitação, apologia e crimes contra o Estado Democrático de Direito, enaltecimento do golpe militar de 1964 e do regime ditatorial, defesa da anistia dos envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023 e convocação de manifestação popular”.
A investigação havia sido aberta a partir de denúncia apresentada por 12 vereadores da bancada de esquerda de Porto Alegre, que alegaram que o discurso dos parlamentares teria exaltado o regime militar e defendido atos considerados antidemocráticos. No pronunciamento feito na tribuna da Câmara Municipal no dia 31 de março de 2025, Ustra e Lescano defenderam a “verdade histórica” sobre o movimento de 1964 e criticaram os abusos cometidos contra os presos pelos atos do 8 de Janeiro.
O vereador Coronel Ustra considerou a decisão uma vitória para a liberdade de expressão:
“A esquerda tentou transformar o meu posicionamento político em crime, mas a própria Justiça mostrou que opinar, criticar e apresentar fatos históricos não é, nem pode ser considerado ameaça ao Estado de Direito. Essa decisão é uma vitória para todos que acreditam na importância do debate democrático”, afirmou Ustra.
Sem comentários
– Pena aplicada pela Primeira Turma do STF ao ex-presidente Jair Bolsonaro pela curiosa “trama golpista”: 27 anos e 3 meses de prisão.
– Baderna do 8 de Janeiro, Débora Rodrigues dos Santos que escreveu “Perdeu, mané” com batom em monumento no STF: 14 anos de prisão e multa de R$ 50 mil.
– Pena aplicada aos réus da Boate Kiss, em Santa Maria, 242 pessoas mortas: 11 a 12 anos.
– Pena inicial aplicada a Lula, condenado pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, incluindo o recebimento de propina da OAS: 9 anos e seis meses de prisão.
* Instagram: @flaviorrpereira
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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