Por Redação O Sul | 30 de maio de 2017
A bancada do PMDB no Senado se reúne nesta nesta terça-feira (30) para decidir se Renan Calheiros (AL) seguirá no posto de líder da legenda. Escolhido para a função no início do ano, Calheiros passou a ser criticado internamente por colegas após adotar postura contrária às reformas trabalhista e da Previdência Social propostas pelo governo do presidente Michel Temer.
A bancada do PMDB no Senado é a maior da Casa, composta por 22 parlamentares, e tem o poder de indicar, por exemplo, o presidente da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), uma das mais importantes.
Um senador que defende a saída de Calheiros da liderança disse que pelo menos 14 parlamentares também querem a destituição. Já um aliado do atual líder afirmou que, ao final, o encontro desta terça servirá para “afinar discursos”, não para tirar Renan Calheiros do posto.
Calheiros passou o fim de semana em Brasília e fez diversas ligações a senadores para pedir apoio. Nos bastidores, senadores do partido dizem que, se Renan for destituído, dois parlamentares estão cotados para assumir a função: Raimundo Lira (PB) e Waldemir Moka (MS).
Cabe ao líder defender os interesses da legenda na Casa; garantir votos a favor ou contra projetos; e garantir a presença dos parlamentares nas sessões do plenário. O líder também indica parlamentares para as comissões temáticas e tem direito a formar uma equipe com cerca de 30 de servidores comissionados.
Na semana passada, a insatisfação de alguns parlamentares da legenda com o líder do partido ficou explícita durante uma sessão do plenário. Waldemir Moka (PMDB-MS) e Calheiros bateram boca após o senador alagoano dizer que Moka era “puxa-saco” do governo Temer. Moka, então, respondeu e disse a Calheiros que o senador “há muito tempo” não fala como líder da bancada.
Pouco antes, Calheiros chegou a dizer que o PMDB não pode ser um “departamento” de Temer, o que contrariou o senador Romero Jucá (RR), presidente do PMDB e líder do governo no Senado.
Em entrevista a jornalistas na segunda-feira (29), Calheiros disse que não teme ser destituído da liderança. “A essa altura da minha vida, o que eu posso temer? Não temo nada. A bancada é muito importante. Todos têm comigo o melhor relacionamento, mas amanhã [terça-feira, 29] é um dia importante para que a bancada diga que país ela pensa que pode ajudar a construir”, afirmou. (AG)
