Sábado, 14 de junho de 2025
Por Redação O Sul | 25 de junho de 2021
Pesquisadores de Seattle conseguiram recuperar os arquivos apagados
Foto: Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas/DivulgaçãoA China está acusando o NIH (Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos) de deletar da sua base de dados as sequências genéticas dos primeiros casos de Covid-19 do mundo. Segundo o instituto, de fato, os dados sobre as pessoas contaminadas foram apagados, mas isso teria sido feito a pedido de um cientista chinês.
A remoção aparece em um artigo de Jesse Bloom, virologista do Centro de Pesquisa do Câncer Fred Hutchinson, em Seattle, nos Estados Unidos. O documento ainda não foi revisado por pares, mas revela que entre os dados apagados (e recuperados via Google Cloud) estão sequências de amostras de vírus coletadas na cidade de Wuhan, onde a propagação do vírus começou, entre os meses de janeiro e fevereiro de 2020. O material pertencia a pacientes hospitalizados com Covid-19 e com suspeita da doença.
Bloom disse que as sequências apagadas não alteram a compreensão atual em relação ao começo da pandemia, mas que trazem dúvidas sobre a transparência da China em relação à investigação da origem do coronavírus. Porém, quanto mais informações obtidas dos primeiros indícios de infecção pelo vírus, maiores as chances de descobrir como o SARS-CoV-2 começou a atingir os humanos e a se espalhar rapidamente.
De acordo com o NIH, o pedido do cientista chinês aconteceu em junho de 2020, sob a justificativa de que as sequências foram atualizadas e precisavam ser inseridas em um diferente banco de dados, que não chegou a ser especificado, para evitar confusões.
Os pesquisadores de Seattle conseguiram recuperar os arquivos apagados, que revelam 13 sequências genéticas parciais de alguns dos primeiros casos da doença em Wuhan. Os arquivos não sugerem que o coronavírus tenha saído de um laboratório nem foi originado de um evento natural, mas sim de que ele já estava circulando antes do primeiro grande surto em um mercado de frutos do mar.