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Brasil Sérgio Cabral quis propina mesmo após deixar o governo, disse delator em vídeo

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Entre, 2015 e 2016, o valor seria em torno de 300 a 400 mil reais. (Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/ Agência Brasil)

O ex-governador do Rio Sérgio Cabral (MDB) quis receber propina mesmo depois de deixar o governo. A declaração foi dada por seu operador Carlos Miranda, em delação premiada registrada pelo MPF (Ministério Público Federal). A informação é da TV Globo.

Ele foi assessor parlamentar de Cabral por mais de 10 anos e era o “homem da mala” do ex-governador, até assinar um termo de delação premiada. Segundo Miranda, Cabral procurou o empresário Marco Antonio de Luca para pedir o pagamento de propina mesmo após o mandato — do qual renunciou para seu vice, Luiz Fernando Pezão (MDB), assumir.

Em troca da propina, Cabral indicou De Luca como fornecedor do comitê da Olimpíada Rio-2016. Marco Antonio de Luca é alvo da operação Ratattouille, desdobramento da Lava-Jato no Rio, na qual chegou a ser preso.

“Nos últimos 2 anos, 2015 e 2016, o valor era em torno de 300 a 400 mil reais por mês de propina. (…) O Sérgio Cabral me disse que, logo após a eleição do governo, ele contava com o De Luca pra receber propina. E disse que uma das formas que teve para ajudar o De Luca a ter recursos para repassar pro Sérgio, foi indicar o De Luca pra algum serviço na Rio-2016. Não sei qual é o serviço, mas o Sérgio me disse que conseguiu colocar ele pra alguma coisa da olimpíada”, diz Miranda.

O MPF afirma que empresas ligadas ao empresário firmaram ao menos seis contratos com a Rio-2016. O faturamento do empresário multiplicou com a chegada de Cabral ao poder.

“Quando o Sérgio saiu do governo, em março de 2014, é o seguinte. Ele falou ‘Marco, preciso que você continue me pagando propina. O valor aproximado era de acordo com os contratos que você tinha’ A contribuição era direta. Foi feito um valor aproximado em cima dos contratos”, concluiu Miranda.

Segundo o “homem da mala” de Cabral, o pagamento foi feito para fortalecer o faturamento do empresário e abrir oportunidade para novos negócios.

Empreiteiras pagavam mesada

Miranda diz também que houve um acordo fechado entre o governo e as grandes empreiteiras para realizar obras.

“No caso da Odebrecht foi estipulado o valor de R$ 1 milhão. Então a Odebrecht pagou mesada de R$ 1 milhão, adiantando o valor da propina que ela ia pagar em cima do faturamento que ela ia ter com as obras no Estado.”

Miranda afirmou também que chegou a ir à sede da empresa pegar a senha, com o endereço para pegar o dinheiro. Ele repassava os valores ao doleiro e também delator Renato Chevar.

Em dezembro do ano passado, Carlos Miranda prestou o primeiro depoimento na condição de delator. Amigo de infância de Sérgio Cabral, Miranda chegou a ser o homem da mala, quem levava o dinheiro da propina do ex-governador – e depois passou a ser uma espécie de administrador da vida financeira dele Cabral. A delação dele é tida pelos procuradores da força tarefa da Lava-Jato como de extrema importância para as investigações.

No termo, depois de Carlos Miranda contar detalhes sobre como funcionava o esquema chefiado por Sérgio Cabral, o Ministério Público Federal propôs a substituição da pena máxima prevista – que era de 20 anos de prisão – por dois anos de regime fechado. Ou seja, como foi preso no fim de 2016, Carlos Miranda deve deixar a cadeia em novembro deste ano – pra cumprir mais 2 anos em regime domiciliar fechado. Depois, o regime passa para o semiaberto diferenciado e em seguida, aberto diferenciado. Sempre monitorado por tornozeleira eletrônica.

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