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Variedades Serpente gigante, luxo e brilho: como foi o desfile da Viradouro

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Escola teve como enredo ‘Arroboboi, Dangbé', que homenageou a cobra sagrada dos africanos de Benin. (Foto: Reprodução)

Grande campeã do carnaval carioca deste ano, a escola de samba Viradouro teve o enredo “Arroboboi, Dangbé”, que retratou crenças voduns de povos africanos e exaltou a força da mulher negra.

O enredo homenageou a cobra sagrada de Benin, mito africano em que uma serpente ganha épicas batalhas do século XVIII e se torna uma deusa para o povo local.

A relação histórica entre o Brasil e o continente africano também é celebrado pelo enredo. “Esse enredo é centenário. A gente vai até o século XVIII, em Benin, onde nasceu o culto à serpente através de uma batalha”, explicou o carnavalesco Tarcísio Zanon, desenvolvedor do tema.

A composição do enredo foi assinada por Claudio Mattos, Claudio Russo, Julio Alves, Thiago Meiners, Manolo, Anderson Lemos, Vinícius Xavier, Celino Dias, Bertolo e Marco Moreno.

Como foi o desfile

No desfile, o enredo foi representado por um ‘exército’ de mulheres negras, integrantes da escola, que desmitificaram a batalha que, no mito, transformou a cobra em deusa africana

A comissão de frente chamou a atenção com uma enorme serpente, que surgia entre o balé e deslizava pelo chão da Sapucaí. O terceiro carro da agremiação, representando a proteção mística e lealdade, foi todo feito com ferro-velho do barracão.

A bateria do Mestre Ciça, que representou a Revolta dos Malês, incluiu o toque em atabaques em suas batidas. Erika Januza desfilou à frente dos ritmistas pelo terceiro ano consecutivo.

Usando alegorias que brilhavam no escuro, a escola iniciou o desfile na madrugada e encerrou já com o dia amanhecendo.

Confira a letra do samba

Eis o poder que rasteja na terra
Luz pra vencer essa guerra, a força do vodun
Rastro que abençoa Agojiê
Reza pra renascer, toque de Adarrum
Lealdade em brasa rubra, fogo em forma de mulher
Um levante à liberdade, divindade em Daomé
Já sangrou um oceano pro seu rito incorporar
Num Brasil mais africano, outra areia, mesmo mar
Ergue a casa de Bogum, atabaque na Bahia
Ya é Gu rainha, herdeira do candomblé
Centenário fundamento da costa da Mina
Semente de uma legião de fé
Vive em mim
A lealdade das irmãs de cor
E a força que herdei de Hundé e da luta Minó
Vai serpenteando feito rio ao mar
Arco-íris que no céu vai clarear
Ayi! Que seu veneno seja meu poder
Bessen que corta o Ayin-agbè
Sagrado Gume-kujo
Vodunsis o respeitam, clamam Kolofée
Os tambores revelam seu afé

Ê Alafiou, ê Alafiá, é o ninho da serpente
Jamais tente afrontar
(preparado pra lutar)

Arroboboi meu pai, Arroboboi Dangbê
Destila seu axé na alma e no couro
Derrama nesse chão a sua proteção
Pra vitória da Viradouro

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https://www.osul.com.br/serpente-gigante-luxo-e-brilho-como-foi-o-desfile-da-viradouro/ Serpente gigante, luxo e brilho: como foi o desfile da Viradouro 2024-02-14
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