Sábado, 03 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 27 de maio de 2021
A servidora pública Viviane Honorato, de 30 anos, denuncia que o saldo da conta dela passou de R$ 65 mil para R$ 0,58, após ser vítima do “Golpe do Pix”, em Luziânia, no Entorno do Distrito Federal. A mulher conta que se cadastrou no serviço bancário, que realiza transferências e pagamentos de forma digital, há menos de um mês e não imagina como o crime aconteceu.
“A gente fica apreensiva, não sabe como eles estão fazendo esses golpes, eu estava com planos de comprar uma casa e preciso ser ressarcida”, diz a mulher.
A servidora relata que deu falta do dinheiro no último dia 18 de maio. Ao conferir o extrato, ela diz que viu mais de 13 transações com nomes de pessoas diferentes e desconhecidas, entre transferências e boletos.
Viviane pontua que liga na ouvidoria do banco pelo menos uma vez por dia para ter mais informações sobre o que aconteceu com o dinheiro dela, mas alegou que, até quarta-feira (26), a instituição diz que o caso está sendo analisado.
Em nota, o Banco Pan informou, por meio de nota enviada na quinta-feira (27), que “lamenta os inconvenientes e esclarece que já concretizou uma solução definitiva em favor da cliente”.
O delegado titular do Grupo de Repressão a Crimes Patrimoniais (Gepatri) de Luziânia, Carlos Alfama, informou que a vítima seria intimada para prestar depoimento em uma data a ser definida. De acordo com o investigador, o modo que o crime foi feito é inédito no município, pois a servidora diz que não teve o celular clonado ou forneceu dados pessoais a terceiros.
“É um caso que chama atenção, porque foge da regra de fraudes do meio virtual. O acesso de terceiros às contas é comum, feito através de vírus de computador, por exemplo, mas nesse caso específico foi algo novo”, afirma o delegado.
O titular da Gepatri diz que é cedo para divulgar hipóteses de como o crime aconteceu. Ele afirma que o depoimento de Viviane vai facilitar o prosseguimento do inquérito e o início das diligências.
Novo meio
A utilização do Pix – o serviço brasileiro de pagamentos instantâneos – já supera a de outros meios de pagamentos mais antigos, como DOC, TED e boleto bancário. A constatação foi feita pelo Banco Central por meio do documento “Pix: O novo meio de pagamento brasileiro”.
Nele, o BC chamou a atenção para o fato de as operações com Pix já superarem as realizadas com DOC e TED somados. Além disso, conforme a autarquia, “em março, a quantidade de Pix superou a quantidade de boletos liquidados”.
Os dados do BC mostram que, em março, foram feitas 393,6 milhões de transações com Pix no Brasil. O volume superou pela primeira vez o número de boletos pagos, que naquele mês chegou a 358 milhões.
O avanço do Pix continuou em abril. As estatísticas do BC mostram que no mês passado as transações com Pix somaram 478,6 milhões. O total está acima do volume de boletos (336 milhões) e das operações somadas de DOC (8 milhões) e TED (111 milhões).
Apenas em abril, o Pix movimentou R$ 322 bilhões. Desde o início da operação, em 16 de novembro do ano passado, o sistema já movimentou R$ 1,1 trilhão – o equivalente a cerca de 15% do Produto Interno Bruno (PIB) brasileiro. As informações são do portal de notícias G1 e do jornal O Estado de S. Paulo.