Por Redação O Sul | 25 de novembro de 2025
Nessa quarta-feria (24), o Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) denunciou à Justiça quatro servidores do Presídio Estadual do município de Getúlio Vargas (Norte gaúcho) investigados por crimes dentro do estabelecimento carcerário. As acusações são de peculato (apropriação indevida de valor ou bem público por funcionário do sistema), tráfico de drogas, posse ilegal de munição e prevaricação (uso do cargo em benefício pessoal).
O esquema – alvo da “Operação Muralha” – teria o envolvimento de um agente penitenciário suspeito apontado como autor de uma série de desvios no período de 2016 a 2025. A lista abrange gêneros alimentícios, medicamentos, produtos de limpeza e utensílios. Também foram constatadas a posse e comercialização irregular de remédios controlados, o que caracteriza tráfico de drogas.
“O denunciado agia de madrugada, quando os colegas estavam dormindo”, aponta o promotor João Augusto Follador, responsável pelo caso no MPRS. Na residência do agente penitenciário foi apreendida munição calibre 38.
Já a então diretora do presídio foi denunciada por condescendência criminosa e prevaricação, por não responsabilizar o agente envolvido e por adotar medidas para impedir apurações, incluindo o afastamento de policiais que denunciavam irregularidades.
Outro policial penal foi denunciado por essa mesma prática, porque influenciou a diretora se manter omissa. Já o chefe de segurança responde por peculato culposo. Ele teria reiteradamente negligenciado a fiscalização, permitindo ambiente favorável aos desvios.
O MPRS requereu o prosseguimento da ação penal e a fixação de valor para reparação dos danos causados, não inferior a 20 salários-mínimos.
(Marcello Campos)
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