Domingo, 04 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 5 de janeiro de 2023
Simone Tebet assumiu o ministério de Planejamento e Orçamento na manhã dessa quinta-feira (2) e deu sinalizações positivas ao mercado em seu discurso, aliviando as declarações de Lula com a área fiscal. Ela afirmou que o plano da pasta é “colocar o brasileiro no orçamento, mas sem descuidar da responsabilidade fiscal”.
A fala foi recebida com otimismo e ajudou a amenizar o sentimento negativo que tomou conta do mercado nos últimos dias após discursos preocupantes de alguns ministros empossados.
O ministro da Casa Civil, Rui Costa, desfez uma dessas preocupações. Ele garantiu que o governo não possui planos de revisar a reforma da previdência, como havia sido cogitado por Carlos Lupi.
O senador Jean Paul Prates, indicado de Lula para presidir a Petrobras, também fez na quarta (4) um discurso mais ameno e afirmou que não haverá intervenção na política de preços da Petrobras. Essas sinalizações contribuíram para a melhora do Ibovespa, que fechou o dia em alta de 2,19%.
Lá fora, investidores reagem com a melhora nos dados de serviços na China, enquanto na Europa e no Reino Unido, os dados de atividade indicam desaceleração nas economias. Nos Estados Unidos, o mercado segue atento as falas dos membros do banco central norte-americano após a divulgação da ata indicar que a taxa de juros vai continuar elevada ao longo do ano.
Discurso
Em discurso, Simone disse que os pobres serão tratados com prioridade no orçamento público.
“Os pobres estarão prioritariamente no Orçamento público. A primeira infância, idosos, mulheres, povos originários, pessoas com deficiência, LGTBQIA+. Passou da hora de dar visibilidade aos invisíveis. Tem de abarcar todas essas prioridades, sem deixar de ficar de olho na dívida pública”, afirmou.
“Gratidão a Deus, ao presidente Lula pela confiança absoluta de entregar a mim uma das pastas mais importantes, relevantes do governo, do seu governo, do nosso governo, governo do PT e da frente ampla democrática. Ministério do Planejamento trata do futuro, mas também do presente”, disse.
Divergências
Simone contou que, antes do Natal, recebeu um envelope de Lula, mas que o presidente disse a ela para não o abrir naquele momento. Ela afirmou que, passado o Natal, abriu o envelope e viu o convite para assumir o Ministério do Planejamento.
A ministra afirmou que disse a Lula ter “divergências econômicas” com os demais integrantes da equipe, como o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Na visão dela, o petista não encara isso como um problema.
“Eu disse: ‘presidente, nessa pauta [de economia], eu, Haddad, Alckmin, Esther, nós temos divergências econômicas’. Lula me ignorou, como se dissesse: ‘é isso que eu quero. Sou um presidente democrata. Quero diferentes para somar, pois assim que se constrói uma sociedade democrática'”, declarou.