Sábado, 03 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 30 de novembro de 2016
A indústria plástica é uma empregadora significativa no país e o Rio Grande do Sul possui um importante polo deste segmento. Mesmo assim, enfrenta desafios e desatenção que prejudicam a produção, conforme explica o administrador e empresário Cesar Luiz Kerschner, da INJEPAR – Injetados Paranhana, que assumiu recentemente o cargo de Vice-Presidente Regional do Vale do Paranhana e Região das Hortênsias do Sindicato das Indústrias de Material Plástico no Estado do RS (Sinplast). Kerschner atua há 35 anos no setor e deu início a Injepar, que fabrica componentes para calçados em Igrejinha, em 1998.
A burocracia é um dos problemas. “Para fazer uma rescisão, temos que nos deslocar para Novo Hamburgo, distante mais de 45 quilômetros de nossa sede. Não bastasse esse deslocamento, necessitamos enviar um funcionário para marcar a hora da homologação e após necessitamos retornar para a sua efetivação. Só é permitido pelo Ministério do Trabalho duas homologações por empresa ao dia, na 3ª feira e 5ª feiras”, explica. Outras demandas locais são treinamento e qualificação de mão-de-obra, pois apesar de ter uma grande estrutura o SENAI não oferece nenhum curso específico para a indústria do plástico; capacitação às Normas Técnicas e Diretrizes de formação, bem como as de reciclagem, e atenção à questão do Menor Aprendiz, já que não há nenhum sendo preparado localmente. A situação dificulta até mesmo o cumprimento da cota de emprego de 5% nesta categoria. “Estamos pagando aprendizes de Canoas, Sapucaia do Sul, Novo Hamburgo, Campo Bom, que nunca serão nossos funcionários”, avalia Kerschner. A solução também abriria espaços para jovens da região.
O setor plástico no Vale do Paranhana e Região das Hortênsias atua principalmente como fornecedor da cadeia produtiva do calçado, mas vem se diversificando rapidamente. Já se constata empresas fabricando os mais diversos produtos como embalagens sopradas; peças técnicas para piscinas e agronegócio; e reciclagem de resíduos e fabricação de produtos de material reciclado. São mais de quarenta indústrias no espaço que integra Três Coroas, Igrejinha, Taquara, Riozinho, Rolante, Parobé, Nova Hartz, Gramado, Canela e São Francisco de Paula. “Podemos constatar que estão bem instaladas e diversificadas, necessitando para sua expansão apoio nas questões básicas, como qualificação da mão-de-obra, estrutura mínima por parte do Governo, orientação e apoio no acesso a financiamentos, entre outros pontos.”