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Brasil Só a vacinação em massa poderá conter mutações do coronavírus, dizem cientistas

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Entidade também disse que a hipótese de que o vírus tenha sido vazado em um acidente de laboratório é "extremamente improvável" e não requer mais estudos. (Foto: Reprodução)

A linhagem originada no Rio de Janeiro e que contém uma das mais temidas mutações do coronavírus, a E484K, já se espalhou por oito estados brasileiros e seis países.

A mais recente análise do sequenciamento genético do Sars-CoV-2 no Brasil revela ainda que a chamada linhagem amazônica, identificada em Manaus e que tem a mesma mutação e outra também preocupante (N501Y), ainda não foi encontrada fora do Norte, à exceção de dois turistas japoneses, mas cientistas dizem que sua propagação é uma questão de tempo.

“Onde a pandemia está fora de controle, como no Brasil, é maior a chance de surgirem mutações que favoreçam o vírus. A linhagem do Rio está se espalhando rapidamente. Antes de outubro estava abaixo do nível de detecção, agora já representa 30% das amostras. Nesse ritmo, em seis meses, será totalmente dominante”, afirma a geneticista da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Carolina Voloch, autora da análise dos genomas do Sars-CoV-2 no país e uma das descobridoras da linhagem do Rio, a P2. Voloch analisou os dados da Rede Corona-ômicaBR/MCTI, que faz a vigilância genômica do coronavírus.

O temor com essas mutações, e também as da África do Sul e do Reino Unido, é que aumentem a transmissibilidade e reduzam a eficiência de vacinas. Mas não há provas de que as vacinas tenham sido afetadas e, caso isso ocorra, poderão ser atualizadas, a exemplo do que é feito com a vacina da gripe. Porém, a recomendação da ciência é vacinar, e vacinar o mais depressa e o maior número de pessoas possível, para não dar chance ao vírus.

“Ainda não sabemos qual o real impacto dessas linhagens. Mas não se pode dar chance ao coronavírus. Tem que vacinar em massa rapidamente, antes que o vírus se adapte, e adotar medidas de distanciamento social”, afirma o coordenador do Laboratório de Virologia Molecular da UFRJ, Amílcar Tanuri, um dos cientistas que identificou a linhagem do Rio e que agora investiga seu impacto.

Segundo ele, as mutações surgidas na segunda onda da pandemia têm vindo com uma composição genética resistente aos anticorpos. A cepa da África do Sul é resistente ao soro de convalescentes da primeira onda. O conselheiro-chefe de medicina da Casa Branca, Anthony Fauci, disse que as “sinistras” linhagens brasileiras e sul-africana são “mais uma razão para se deve vacinar o maior número de pessoas possível”.

Tanto a N501Y quanto a E484K afetam o RDB, a região mais crucial da proteína mais importante do coronavírus, a espícula — ou S. Ambas já foram associadas a uma maior transmissibilidade, em especial a N501Y. Mas a E484K suscitou alertas globais esta semana por, em tese, permitir a o vírus escapar dos anticorpos.

As mutações de escape são um tipo de alteração que fazem com que o vírus fuja do ataque dos anticorpos neutralizantes. Além de permitir reinfecções, ela poderia afetar a eficácia das vacinas, mas nada foi ainda comprovado.

“As vacinas podem continuar a funcionar porque elas não contêm anticorpos apenas contra o RDB. Porém, os anticorpos tanto da infecção natural quanto da vacina teriam sua eficiência reduzida. Isso pode explicar em parte os muitos casos suspeitos de reinfecção vistos em Manaus e outros lugares.”, salienta Voloch.

A cientista analisou 308 amostras de genomas recentes do coronavírus no Brasil. Além do Rio, a cepa P2 foi encontrada em São Paulo, Rio Grande do Sul, Paraná, Bahia, Paraíba, Alagoas e Amazonas. Se espalhou ainda por Reino Unido, Canadá, Argentina, Noruega, Irlanda e Cingapura.

Já a linhagem P1, a de Manaus, foi identificada até a análise mais recente (dia 14) apenas no Amazonas e no Japão, em dois turistas que voltaram infectados após visitar a Amazônia. A “linhagem brasileira”, como é conhecida a P1 no exterior, já levou o Reino Unido a impor restrições à entrada de brasileiros. Esta semana a União Europeia fez um alerta global sobre o seu risco potencial. Como o Brasil sequencia muito pouco, outras mutações podem existir sem terem sido detectadas.

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https://www.osul.com.br/so-a-vacinacao-em-massa-podera-conter-mutacoes-dizem-cientistas/ Só a vacinação em massa poderá conter mutações do coronavírus, dizem cientistas 2021-01-23
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