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Por Redação O Sul | 27 de maio de 2017
Somente após ter uma conversa interceptada por ordem judicial pela Polícia Federal, com o deputado federal Rodrigo Loures (PMDB-PR), o presidente Michel Temer solicitou e recebeu do GSI (Gabinete de Segurança Institucional) um telefone protegido por criptografia. A entrega do aparelho foi confirmada pelo GSI.
Um TSG (Telefone Seguro) possui, segundo o GSI, “dispositivo de criptografia para comunicações telefônicas e oferece segurança no tráfego de voz e dados”. Por meio da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), o GSI “disponibiliza soluções de tecnologia para a segurança das comunicações” do presidente e dos ministros de Estado. Cabe ao GSI coordenar as atividades de segurança da informação do governo.
Na Operação Patmos, deflagrada na semana passada para apurar os termos da delação do empresário Joesley Batista, veio a público que Temer teve pelo menos uma conversa interceptada pela PF com ordem do Supremo Tribunal Federal. Ligações feitas entre dois aparelhos criptografados podem ser interceptadas, mas o diálogo fica ininteligível.
Entretanto, quando um telefone criptografado se comunica com um sem proteção, de nada adianta a criptografia. Daí o aconselhamento de segurança de que o presidente da República só pode usar telefones com criptografia nas duas pontas da ligação.
Em 2013, durante uma audiência no Senado, o então ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, disse que a então presidenta Dilma Rousseff não tomava cuidados ao falar pelo celular. “Todos os ministérios têm um telefone criptografado e recebemos periodicamente ligação dos técnicos encarregados, para ver se estão funcionando. A presidenta da República nunca me ligou por um desses telefones”, disse Bernardo.