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Por Redação O Sul | 22 de julho de 2019
O Minerve, submarino desaparecido misteriosamente na década de 1960, foi localizado nesta segunda-feira (22) com auxílio de sondas e drones de exploração. Uma investigação foi aberta para apurar o naufrágio que provocou 52 mortes. As informações são do site da rádio francesa de notícias RFI.
O submarino de ataque da Marinha Francesa foi localizado a 45 quilômetros de Toulon, no sul da França, numa profundidade de 2.370 metros sob o Mediterrâneo. Seu desaparecimento ocorreu no dia 27 de janeiro de 1968, durante um exercício, a cerca de 30 quilômetros da cidade.
Mesmo com os esforços que duraram dois anos, não foi possível solucionar o caso à época. Em uma publicação no Twitter, a ministra das Forças Armadas, Florence Parly, entusiasmou-se com o achado: “Acabamos de encontrar o Minerve. É um sucesso, um alívio e uma proeza técnica. Penso nas famílias que esperaram este momento por tanto tempo.”
A operação foi realizada pelo navio americano Seadbed Construction, da Ocean Infinity, mesma companhia que, em novembro de 2018, encontrou o submarino argentino San Juan, desaparecido no Atlântico em 2017 com 44 pessoas a bordo.
Após o êxito, os familiares das vítimas do naufrágio do Minerve lançaram um apelo para que as buscas fossem retomadas. A operação teve início em fevereiro de 2019.
“Esperávamos essa notícia há muito tempo; alguns nem esperavam mais. Isso representa o fim de um período. Queríamos saber onde eles estavam e agora sabemos”, disse Hervé Fauve, filho de André Fauve, comandante da embarcação.
Uma cerimônia comemorativa será organizada em breve, com a presença dos familiares das vítimas.
A expectativa é de que os motivos do naufrágio sejam descobertos. Uma das hipóteses, já levantadas desde o ocorrido, é de que houve uma implosão na embarcação.
Submarino vazando radiação
Em outro caso, a Noruega descobriu que um submarino da era soviética que afundou no mar norueguês há 30 anos está vazando radiação em níveis até 800 mil vezes acima do normal. Usando um veículo de controle remoto para sondar o naufrágio, os pesquisadores descobriram extensos danos no submarino Komsomolets, que está a mais de 2,5 mil metros de profundidade, no leito marinho. A investigação revelou o nível de radiação excepcionalmente alto na área ao redor de um duto de ventilação no naufrágio, de acordo com a Autoridade de Radiação e Segurança Nuclear norueguesa. As informações são do jornal The Washington Post.
A mais alta medida registrada pelos pesquisadores foi de 800 becquerels por litro; os níveis de radiação nesse corpo de água normalmente permanecem em torno de 0,001 becquerels por litro, informou o órgão.
“Este é, naturalmente, um nível mais alto do que normalmente medimos no mar, mas os níveis que encontramos agora não são alarmantes”, disse a líder da expedição, Hilde Elise Heldal, do Instituto de Pesquisa Marinha da Noruega, segundo a agência Reuters.
Duas ogivas nucleares e um reator nuclear permanecem a bordo do submarino naufragado, de 120 metros de comprimento. Autoridades norueguesas e russas examinam periodicamente os destroços para monitorar os níveis de radiação e avaliar riscos de poluição. Investigadores russos já haviam encontrado pequenos vazamentos de radiação nos anos 1990 e em 2007, disse a Autoridade de Radiação e Segurança Nuclear.
Heldal disse que os membros da equipe “não se surpreenderam” ao descobrir níveis elevados de radiação desta vez, segundo a emissora britânica BBC.