Quinta-feira, 15 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 14 de março de 2023
A Marinha da Colômbia anunciou ter encontrado um minissubmarino à deriva nas águas do país, no Oceano Pacífico, com um carregamento de 2,6 toneladas de cloridrato de cocaína, no último domingo. De acordo com os militares colombianos, a embarcação tem cerca de 2,5 metros de largura e 15 de comprimento e, no momento em que foi descoberta, sofria com a entrada de água em seu interior.
Além da droga, os militares encontraram dois cadáveres e duas pessoas vivas, mas em estado de saúde delicado. Segundo a Marinha, ocorreu um vazamento de gases tóxicos do combustível do minissubmarino, que contaminaram o ambiente.
As duas pessoas encontradas mortas teriam inalado os gases.
Os dois sobreviventes do minissubmarino receberam atendimento médico no local e foram transferidos para um navio. A Marinha afirma ainda que a droga tinha como destino a América Central e estava avaliada em US$ 87 milhões (R$ 460 milhões) e que a operação de interceptação teve apoio de um outro país, mas não especificou qual.
Em vídeo, o capitão colombiano Cristian Andres Guzman Echeverry disse que “a Marinha da Colômbia continuará a usar todas suas capacidades para acabar com o flagelo das drogas e do narcotráfico em nosso país”. Por sua vez, o presidente Gustavo Petro afirmou no Twitter que a Marinha “está cumprindo um papel fundamental na apreensão, por meio de operações de interdição, de cocaína”.
As Forças Armadas da Colômbia também informaram a localização de três semissubmergíveis usados por dissidentes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), já extintas, para transportar entre quatro e seis toneladas de cloridrato de cocaína cada. Os grupos atuam no departamento de Nariño, no Pacífico colombiano.
A operação afeta os grupos armados de Nariño “reduzindo a capacidade logística [dos grupos armados ilegais] para financiar suas atividades ilegais, evitando o transporte e comercialização de mais de 12 toneladas de cloridrato de cocaína no mercado ilegal internacional”.
Os minissubmarinos começaram a ser usados pelo narcotráfico na Colômbia nos anos 1990, com Pablo Escobar, que tinha duas dessas embarcações, construídas por ex-militares e engenheiros da antiga União Soviética. Em 2019, a polícia espanhola frustrou a chegada do primeiro minissubmarino que fez a travessia do Atlântico para a Europa, com um carregamento de 3 toneladas de cocaína. Caçada pelas Marinhas espanhola e portuguesa, a embarcação acabara de ser afundada na costa da Galícia pelos três tripulantes, que esperavam recuperar a carga mais tarde, mas foram presos nos 5 dias seguintes.
O jornalista Javier Romero, que escreveu um livro sobre o episódio, disse em janeiro de 2022 que o uso dessas pequenas embarcações pelo narcotráfico se disseminou e, a cada ano, cerca de 30 a 40 delas são capturadas pelas autoridades.
Espanha
Em outra frente, autoridades espanholas vistoriaram, nesta terça-feira, um narcossubmarino encontrado na segunda-feira na costa de Vilaxoán, em Arousa. Segundo os investigadores, a embarcação está vazia, e eles acreditam que a droga já tenha sido distribuída para o interior do país. O paradeiro da tripulação é desconhecido, assim como o motivo que levou a embarcação a ser abandonada.
Segundo o jornal El País, a polícia afirma que o submersível está relacionado com a recente descoberta de duas lanchas encalhadas encontradas no município de Ribeira. Por conta disso, a Receita espanhola, a Guarda Civil, o Salvamento Marítimo e a Polícia Nacional concluíram que a droga já foi introduzida no mercado interno espanhol. As informações são do jornal O Globo.