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Por Redação O Sul | 26 de junho de 2019
O subprocurador Augusto Aras, candidato a Procurador-Geral da República, fez chegar a Jair Bolsonaro a informação de que nunca foi ligado ao PT. Foi uma vacina contra informações que chegavam ao Planalto sobre supostos vínculos dele com o partido. As informações são da revista Época.
Na sucessão anterior para a Procurador-Geral da República, em 2017, Aras fez parte do grupo que apoiou Raquel Dodge, mas foi um dos que se tornaram críticos da gestão da atual PGR.
O que Bolsonaro quer
Jair Bolsonaro tem dito a assessores de seu entorno que o fator decisivo para escolher o próximo — ou a próxima — Procurador-Geral da República será quem sinalizar que pode dar ao Brasil… estabilidade.
Curioso que a palavra é a mesma usada pelos cabos eleitorais de Raquel Dodge para cacifá-la junto ao presidente.
Mais do que pela capacidade de combater a corrupção ou de fiscalizar a vigência do respeito aos direitos fundamentais e humanos, missões do Ministério Público, é assim que Dodge tem sido apresentada.
Lista
Os procuradores das forças-tarefas das operações Lava-Jato, Greenfield, que investiga fraudes nos fundos de pensão, e da Zelotes, que investiga crimes cometidos no Carf, publicaram na semana passada uma nota conjunta em que pedem que Jair Bolsonaro escolha um dos três nomes eleitos na lista tríplice da categoria.
No texto, os procuradores afirmam que a lista tríplice “qualifica a escolha do presidente da República”, dando a ele nomes com “sólida história institucional e qualidades técnicas pretéritas provadas e aprovadas”. Os procuradores também destacam o fato de os concorrentes da lista passarem pela “crítica pública”, o que seria “uma importante forma democrática de controle social, em debates abertos e realizados em todas as regiões do País”.
Eles destacam na nota a importância da lista para “eventuais reconduções” — o que seria o caso de Raquel Dodge, caso ela tivesse se candidatado.
“(A lista) tende a promover a independência na atuação do procurador-geral em relação aos demais poderes da República, evitando nomeações que restrinjam ou asfixiem investigações e processos que envolvem interesses poderosos, uma vez que o PGR tem, por exemplo, ampla influência sobre o devido e necessário encaminhamento de colaborações premiadas e inquéritos que investigam autoridades com foro privilegiado”, afirma o texto.
O texto ressalta ainda os predicados de Mário Bonsaglia, Luiza Frischeisen e Blal Dalloul, os três eleitos na lista. “Possuem reputação ilibada e longa folha de serviços prestados ao MPF, à sociedade e ao País. A indicação de qualquer um dos três pelo presidente da República é o melhor caminho para a construção de um MPF fortalecido, a serviço do interesse público”, afirmam os procuradores das três forças-tarefas.