Segunda-feira, 29 de dezembro de 2025
Por Redação O Sul | 18 de janeiro de 2020
Um grupo de pesquisadores da Universidade Federal de Goiás (UFG) descobriu que uma proteína presente no veneno de vespas pode ser usada para ajudar no tratamento da tuberculose. Segundo os pesquisadores, testes mostraram que a resposta para a substância encontrada foi positiva, em camundongos.
Doutora em imunologia pela UFG, Paula Kipnis faz parte da equipe que estuda essa proteína e disse que a alternativa tem menos efeitos colaterais no paciente do que os medicamentos usados atualmente – sendo que muitos são os mesmos há 70 anos, aos quais algumas bactérias são resistentes.
“Ele é menos agressivo porque, no modelo que nós testamos tratando com antibiótico convencional ou usando essa nova substancia, nós podemos tratar da mesma maneira a tuberculose, só que essa substância não é tóxica, mesmo quando usada em altas concentrações.”, explicou.
De acordo com a doutora, a substância também foi testada no combate a uma superbactéria comum em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs). Os resultados também mostraram que os camundongos infectados responderam bem ao tratamento com essa proteína achada no veneno das vespas.
Também parte da equipe de pesquisadores que trabalham com a proteína, André Kipnis, doutor em microbiologia pela UFG, disse que novos antibióticos desenvolvidos a partir de substâncias recém-descobertas são a esperança de melhores tratamentos.
“A gente precisa de novos antibióticos para ter um arsenal a mais. Para deixar os médicos, os clínicos, com maior número possível de opções.”, disse.
A doença
A tuberculose é uma doença infecciosa e transmissível que afeta prioritariamente os pulmões, embora possa acometer outros órgãos e/ou sistemas. A doença é causada pelo Mycobacterium tuberculosis ou bacilo de Koch.
No Brasil, a doença é um sério problema da saúde pública, com profundas raízes sociais. A epidemia do HIV e a presença de bacilos resistentes tornam o cenário ainda mais complexo. A cada ano, são notificados aproximadamente 70 mil casos novos e ocorrem cerca de 4,5 mil mortes em decorrência da tuberculose.
Manifestações clínicas
A forma pulmonar, além de ser mais frequente, é também a mais relevante para a saúde pública, principalmente a positiva à baciloscopia, pois é a principal responsável pela manutenção da cadeia de transmissão da doença.
A forma extrapulmonar, que acomete outros órgãos que não o pulmão, ocorre mais frequentemente em pessoas que vivem com o HIV, especialmente entre aquelas com comprometimento imunológico.
Sintomas da tuberculose
O principal sintoma da tuberculose é a tosse na forma seca ou produtiva. Por isso, recomenda-se que todo sintomático respiratório que é a pessoa com tosse por três semanas ou mais, seja investigada para tuberculose. Há outros sinais e sintomas que podem estar presentes, como: febre vespertina; sudorese noturna; emagrecimento e cansaço/fadiga.