Por Gisele Flores | 16 de dezembro de 2025
A Sulboro ampliou sua estrutura em Montenegro para atender à crescente demanda do agronegócio por fertilizantes especiais e micronutrientes.
Foto: Alexandre Farina/Ascom Sedec
A Sulboro inaugurou sua nova fábrica de fertilizantes em Montenegro (RS), consolidando um dos movimentos mais relevantes da indústria química gaúcha em 2025. O investimento de R$ 25 milhões permitirá triplicar a capacidade produtiva da empresa — hoje em 11 mil toneladas anuais — e gerar 50 novos empregos diretos, fortalecendo a cadeia de insumos agrícolas em um momento de reconfiguração do setor no país.
A expansão ocorre em um contexto estratégico. O Brasil ainda depende de importações para suprir mais de 80% da demanda por fertilizantes, o que expõe o agronegócio a riscos cambiais e logísticos. A Sulboro, que já opera em Canoas, é a única fabricante nacional de octaborato, micronutriente essencial para diversas culturas e aplicações industriais. Com a nova planta, a empresa amplia sua capacidade de competir com multinacionais e se posiciona como fornecedora relevante em um mercado dominado por players estrangeiros.
Ambiente de negócios mais favorável impulsiona investimentos
A presença do governo estadual na inauguração — representado pelo secretário-adjunto de Desenvolvimento Econômico, Leandro Evaldt — reforça a percepção de que o Rio Grande do Sul vive um ciclo de recuperação do ambiente de negócios. Após anos marcados por retração industrial e instabilidade fiscal, o Estado tenta reposicionar sua economia com base no Plano de Desenvolvimento Econômico, Inclusivo e Sustentável, que completa um ano.
O plano tem sido citado por analistas como um dos fatores que ampliaram a previsibilidade regulatória e aceleraram processos de licenciamento, elementos que voltaram a colocar o RS no radar de empresas de médio e grande porte. “A inauguração desta fábrica mostra que o Estado está preparado para receber investimentos e criar condições para que empresas cresçam e gerem oportunidades”, afirmou Evaldt.
Montenegro se consolida como polo industrial estratégico
A escolha de Montenegro para sediar a nova planta reforça a ascensão do município como polo industrial. A cidade tem atraído empresas dos setores químico, metalmecânico e de alimentos, beneficiada por infraestrutura logística, proximidade com a Região Metropolitana e mão de obra qualificada.
A nova unidade da Sulboro foi projetada para permitir expansões futuras, acompanhando o crescimento da demanda por fertilizantes especiais — tendência que acompanha a modernização do agronegócio brasileiro, especialmente nas regiões Sul e Centro-Oeste.
Indústria química ganha tração no Estado
O investimento fortalece a indústria química gaúcha, que representa cerca de 10% do PIB industrial do Estado e vem registrando sinais de recuperação. A demanda crescente por micronutrientes e fertilizantes de maior valor agregado tem impulsionado empresas que apostam em tecnologia e especialização.
A Sulboro se beneficia desse movimento e da tendência global de encurtamento das cadeias produtivas, que favorece fornecedores nacionais capazes de oferecer produtos com menor volatilidade de preço e maior segurança logística.
Sinal de confiança e perspectiva de novos ciclos de investimento
A inauguração da nova fábrica é interpretada como um indicador de confiança do setor produtivo no futuro econômico do Rio Grande do Sul. Para o governo, o empreendimento reforça a narrativa de que o Estado vive um novo ciclo de competitividade. Para o mercado, representa a expansão de uma empresa nacional em um segmento estratégico e altamente concentrado.
Com a planta em operação, Montenegro e região devem sentir os efeitos diretos e indiretos do investimento — desde a geração de empregos até o fortalecimento de fornecedores locais. A depender da evolução da demanda, a empresa já admite a possibilidade de novas ampliações.
O movimento reforça a percepção de que o RS volta a disputar protagonismo na indústria química e na cadeia de insumos agrícolas, setores essenciais para o crescimento sustentável do país. (Por Gisele Flores)
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