Domingo, 18 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 18 de maio de 2025
Nesta semana serão ouvidos os depoimentos das testemunhas de acusação.
Foto: Lula Marques/Agência BrasilO Supremo Tribunal Federal (STF) começa a ouvir nesta segunda-feira (19) as testemunhas de acusação e defesa indicadas na ação penal que investiga uma suposta trama golpista para manter o ex-presidente Jair Bolsonaro no poder, apesar da derrota nas urnas nas eleições de 2022.
Nesta semana serão ouvidos os depoimentos das testemunhas de acusação, listadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR), e também das indicadas pelas defesas dos integrantes do chamado ‘núcleo crucial’ do golpe. Entre maio e junho, estão previstos os depoimentos de 82 testemunhas.
Entre elas, estão os governadores Tarcísio de Freitas (São Paulo) e Ibaneis Rocha (Distrito Federal), o senador Rogério Marinho (PL-RN), e o ex-ministro do Turismo Gilson Machado.
Os depoimentos começam pelas testemunhas de acusação, marcados para esta segunda-feira (19). A PGR apostou em nomes do alto escalão das Forças Armadas, como ex-comandantes Marco Antônio Freire Gomes (Exército) e Carlos Almeida Baptista Junior (Aeronáutica), que já prestaram depoimentos e confirmaram que Bolsonaro apresentou a minuta do golpe.
A lista inclui:
– Éder Lindsay Magalhães Balbino, dono de uma empresa que teria auxiliado na produção de um material com suspeitas infundadas sobre as urnas eletrônicas;
– Clebson Ferreira de Paula Vieira, servidor que teria elaborado planilhas que supostamente foram utilizadas por – Anderson Torres para mapear a movimentação de eleitores no segundo turno das eleições de 2022;
– Adiel Pereira Alcântara, ex-coordenador de inteligência da Polícia Rodoviária Federal, que teria atuado para dificultar o deslocamento de eleitores nas eleições de 2022;
– Marco Antônio Freire Gomes, ex-comandante do Exército;
– Carlos de Almeida Baptista Júnior, ex-comandante da Aeronáutica.
Na sexta-feira (16), a PGR dispensou o governador Ibaneis Rocha (Distrito Federal) de depor nesta segunda. Mas, ele continua como testemunha do ex-ministro Anderson Torres, que ocupava o cargo de secretário de Segurança Pública do DF à época dos ataques do 8 de janeiro de 2023.
Na quinta-feira (22), serão ouvidas as testemunhas listadas por Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro. Cid, que também é réu na ação, fechou acordo de delação premiada com as autoridades.
Entre os convocados, está o ex-comandante do Exército general Júlio Cesar de Arruda, que estava à frente da instituição no dia 8 de janeiro; e o ex-assessor de Bolsonaro Luís Marcos dos Reis.
A partir de sexta-feira (23), estão marcados os depoimentos das testemunhas de Alexandre Ramagem e do general Braga Netto:
– Carlos Afonso Gonçalves Gomes Coelho, delegado e investigado no caso da Abin paralela;
– Frank Márcio de Oliveira, ex-diretor-adjunto da Abin;
– Rolando Alexandre de Souza, ex-diretor-geral da Polícia Federal;
– Alexandre de Oliveira Pasiani, ex-diretor do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Segurança das Comunicações (Cepesc).
Entre 30 de maio e 2 de junho, serão ouvidas testemunhas indicadas pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, entre as quais estão:
– Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo;
– Amauri Feres Saad, advogado;
– Gilson Machado, ex-ministro do Turismo;
– Ricardo Peixoto Camarinha, médico cardiologista que acompanhou Bolsonaro;
– Giuseppe Dutra Janino, ex-secretário de Tecnologia do TSE;
– Eduardo Pazuello (PL-RJ), deputado e ex-ministro da Saúde;
– Rogério Marinho (PL-RN), senador.
Denúncia
A Procuradoria-Geral da República (PGR) enviou ao STF uma denúncia, em 26 de março, contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e mais 33 pessoas por golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e organização criminosa.
De acordo com a PGR, a organização tinha como líderes o então presidente da República Jair Bolsonaro e seu então candidato a vice-presidente, Braga Netto.
Segundo a denúncia, aliados a outras pessoas, entre civis e militares, eles tentaram impedir de forma coordenada que o resultado das eleições presidenciais de 2022 fosse cumprido.
Os acusados foram divididos em núcleos pela PGR. Bolsonaro e Mauro Cid integram o chamado núcleo crucial do golpe. Além deles, também integram o grupo:
– Alexandre Ramagem, ex-diretor da Abin;
– Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;
– Anderson Torres, ex-ministro da Justiça;
– Augusto Heleno, ex-ministro do GSI;
– Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa;
– Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil de Bolsonaro.