Sábado, 11 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 13 de setembro de 2015
Pela primeira vez desde o início das investigações sobre o envolvimento de políticos com crimes de corrupção e desvios revelados na Operação Lava-Jato, um inquérito que era público desde a abertura, em março, tornou-se agora sigiloso no STF (Supremo Tribunal Federal).
Até aqui, estavam em segredo de Justiça no STF, relacionados à Lava-Jato, medidas investigatórias que tramitam em paralelo aos inquéritos, como pedidos de quebra de sigilos bancário e fiscal, pedidos de busca e apreensão e termos e depoimentos nos acordos de delação premiada.
O inquérito número 3.994, com cerca de 1.400 páginas, que investiga possíveis crimes de corrupção e lavagem de dinheiro cometidos pelo senador Benedito de Lira (PP-AL) e pelo seu filho, o deputado federal Arthur Lira (PP-AL), foi aberto em março a pedido da PGR (Procuradoria-Geral da República) e por determinação do ministro relator, Teori Zavascki.
Em março, além de acolher o pedido de abertura da investigação, Zavascki determinou que os autos tramitassem sem segredo de Justiça. Na quarta-feira, porém, o mesmo inquérito sobre os Lira recebeu a chancela do segredo de Justiça, permanecendo disponível à consulta apenas para os advogados dos acusados e à PGR.
Indagada, a assessoria do STF informou que o inquérito se tornou sigiloso “em razão da inclusão no processo de documentos que correm sob sigilo previsto em lei”. A assessoria da PGR informou que não partiu dos procuradores da República o pedido de sigilo.
O inquérito no STF, agora sigiloso, tem por objetivo investigar as informações prestadas por dois delatores da Lava-Jato, o doleiro Alberto Youssef e o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa. Eles disseram que os Lira se beneficiaram de recursos do esquema montado na Petrobras entre empreiteiros e dirigentes da estatal.
Ouvidos no mesmo inquérito, Arthur Lira e Benedito de Lira negaram qualquer envolvimento nas irregularidades da Petrobras.