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Mundo A suspeita de fraude eleitoral paralisa a Bolívia e deixa a economia asfixiada

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País não vislumbra saída do labirinto político em que entrou. (Foto: Reprodução/Twitter)

A Bolívia está derretendo. O país completou 12 dias de paralisação, com estradas bloqueadas e a economia asfixiada, depois de uma eleição geral com evidências de manipulação, na qual o presidente Evo Morales teoricamente teria vencido em primeiro turno (com 47,08%) o adversário Carlos Mesa (36,51%).

Os bolivianos se dividiram a partir das suspeitas de fraude, reforçadas por denúncias de delegações de observadores da Organização dos Estados Americanos, União Europeia, dos Estados Unidos, de Brasil, Argentina, Colômbia e Canadá, entre outros. Na primeira semana após o pleito, Morales e seu partido, o Movimento ao Socialismo (MAS), tentaram ganhar tempo. Apostaram no esvaziamento dos protestos nas maiores cidades, um erro de avaliação.

Morales negociou com o secretário-geral da OEA, Luis Almagro, as bases de um acordo para uma auditoria no sistema eleitoral. Mas tornou-se incerta porque a oposição rejeita os termos “unilaterais e restritos” do acordo. Acuado, Morales convocou aliados às ruas para defender sua “vitória”. Seguiram-se confrontos intensos, com dezenas de feridos e pelo menos dois mortos. Há três dias os protestos ganharam novo tom: já não se reivindica apenas a anulação da eleição, mas também a renúncia de Morales.

O país afunda no impasse político. Já são perceptíveis dificuldades nas operações do sistema financeiro, admitida por bancos em comunicado conjunto na quinta-feira. Também nota-se súbito aumento de preços em mercados populares nas zonas produtoras de alimentos, como Santa Cruz. O Banco Central da Bolívia enfrenta problemas na produção de avaliações estatísticas sobre o comportamento de preços, salários e reservas cambiais.

Turbinada pela gastança governamental na última década, a economia se sustenta na extração de gás de petróleo e minerais. Porém, como o governo gasta mais do que arrecada, o déficit do setor público já supera 6% do PIB. Há, também, um desequilíbrio crescente na balança comercial — pelas estimativas de instituições privadas, o déficit beira 8% do PIB, enquanto a dívida externa avança, e as reservas se debilitam (eram 50% há cinco anos, agora somam 20% do PIB). Os riscos aumentam, porque o país não vislumbra uma saída do labirinto político em que entrou.

A opinião é de editorial de O Globo.

Entenda o caso

Morales, no poder há quase 14 anos, venceu a eleição de 20 de outubro com pouco mais dos 10 pontos de vantagem que precisava para uma vitória imediata, mas seu êxito foi ofuscado por uma polêmica depois que a contagem de votos foi interrompida durante um dia quando a eleição parecia rumar para um segundo turno.

Quando a contagem recomeçou, na esteira de uma queixa da oposição, de governos estrangeiros e de monitores eleitorais, ela mostrou uma forte tendência a favor de Morales, dando-lhes pouco mais que os votos necessários para evitar um segundo turno arriscado.

Apoiadores de Morales e do segundo colocado Carlos Mesa se chocaram nos protestos de rua. Duas pessoas morreram durante os tumultos de quarta-feira na província de Bispo Santistevan, no leste, as primeiras baixas de um impasse tenso que já dura quase uma quinzena.

Sob pressão, o governo deu sinal verde para a Organização dos Estados Americanos (OEA) auditar a votação na qualidade de monitora oficial do pleito. A auditoria deve levar cerca de duas semanas.

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https://www.osul.com.br/suspeita-de-fraude-eleitoral-paralisa-a-bolivia-e-deixa-a-economia-asfixiada/ A suspeita de fraude eleitoral paralisa a Bolívia e deixa a economia asfixiada 2019-11-02
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